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Ministros do STF criticam absolvição de Donadon na Câmara

O ministro Marco Aurélio disse que os presos da Penitenciária da Papuda “foram homenageados com a decisão, pois terão um colega deputado federal"


	O deputado Natan Donadon (sem partido-RO): o ministro Gilmar Mendes disse que o impasse criado com a decisão da Câmara causa “constrangimento”
 (David Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado Natan Donadon (sem partido-RO): o ministro Gilmar Mendes disse que o impasse criado com a decisão da Câmara causa “constrangimento” (David Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 16h51.

Brasília – Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram, hoje (29), a decisão do plenário da Câmara dos Deputados que manteve o mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido – RO), condenado pela Corte.

Ontem (28), o plenário da Casa absolveu Donadon no processo de cassação de mandato. Foram 233 votos a favor do parecer do relator, Sergio Sveiter (PSD-RJ), 131 votos contra e 41 abstenções. O processo de cassação foi aberto após o parlamentar ser condenado pelo STF a mais de 13 anos de prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha.

A condenação foi pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia à época em que era diretor financeiro da Casa. Desde o início de julho, ele deixou de receber o salário de deputado.

O ministro Marco Aurélio disse que os presos da Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde o deputado está preso, “foram homenageados com a decisão, pois terão um colega deputado federal". Segundo o ministro, Donadon não pode continuar com o mandato. “Alguém com os direitos políticos suspensos pode guardar a qualidade de deputado federal? A meu ver, não”, disse.

O ministro Gilmar Mendes disse que o impasse criado com a decisão da Câmara causa “constrangimento”. De acordo com o ministro, Donadon perdeu os direitos políticos com o trânsito em julgado da ação penal. “Temos um deputado preso, condenado e que continua com o mandato. Acredito que nós vamos encontrar uma solução institucional para este impasse que nós enche de constrangimento”, declarou Mendes.

* Colaborou Iolando Lourenço

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