Mais cedo, representantes do Executivo reconheceram durante conversa com o PSB uma falta de alinhamento entre o governo e sua base no Congresso (Paulo Whitaker/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2023 às 17h44.
Última atualização em 10 de maio de 2023 às 17h50.
Após a derrota do governo na Câmara, com a derrubada de trechos do decreto do saneamento, ministros de Lula se reúnem nesta quarta-feira com senadores da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O encontro acontece na liderança do governo no Senado, ocupada por Jaques Wagner (PT-BA), e tem como objetivo tentar barrar a derrubada do decreto pelos senadores.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades) têm a missão de convencer os parlamentares a votar contra a derrubada. Na terça-feira, eles estiveram reunidos com senadores da base e receberam sinalizações positivas.
Nos bastidores, no entanto, a avaliação de integrantes de partidos de centro é que será muito difícil o governo conseguir barrar a reversão do decreto e que o melhor movimento seria a revogação da medida de Lula para que não haja outra derrota no plenário do Senado.
Mais cedo, representantes do Executivo reconheceram durante conversa com o PSB uma falta de alinhamento entre o governo e sua base no Congresso, segundo parlamentares que participaram do encontro.
"O governo reconhece que deve ajudar e fazer um esforço", disse o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE).
Segundo Carreras, há reclamações dos deputados sobre a demora na nomeação de cargos regionais — "uma cobrança geral", segundo ele, que é também líder do maior bloco partidário da Câmara.
A reunião foi realizada na vice-presidência da República, ocupada por Geraldo Alckmin do PSB, e é a primeira de uma série que o governo pretende realizar para tentar reacomodar a relação com a base.
"O Globo" apurou que o governo também abriu a torneira das emendas. Segundo parlamentares, a partir desta quarta-feira é possível fazer indicações para emendas do tipo RP2, discricionárias dos ministérios que herdaram parte da bolada do orçamento secreto. Segundo fontes, os parlamentares poderão indicar para Saúde, Codevasf e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por meio das lideranças partidárias. A promessa do governo é liberar ao longo do ano R$ 6 bilhões dessa rubrica, além de restos a pagar de emendas do orçamento secreto, do ano passado ainda.
Em meio ao esforço de aproximação entre Palácio do Planalto e Congresso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne nesta quarta, pelo segundo dia consecutivo, com a liderança do governo no Senado, ocupada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).