Leonardo Picciani: "temos um orçamento adequado, estamos prontos a cumprir as obrigações do país" (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2016 às 14h42.
Rio de Janeiro - A menos de três meses da abertura dos Jogos, o novo ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), garantiu total apoio do governo do presidente interino Michel Temer à preparação final das Olimpíadas, ao participar neste sábado da entrega da Arena Carioca 2, no Parque Olímpico, na zona oeste da cidade.
A região ainda aguarda a finalização de outras duas obras importantes para os Jogos e que deverão ficar prontas às vésperas do evento: o Velódromo e linha 4 do metrô carioca.
"Não haverá problemas com os Jogos; temos um orçamento adequado, estamos prontos a cumprir as obrigações do país, e evidentemente o presidente Temer vai ajudar o Rio de Janeiro não só em razão dos Jogos Olímpicos, mas também pela importância do Estado...vamos cumprir todos os pontos que ainda faltam “, disse Picciani a jornalistas.
A inauguração da Arena Carioca 2 foi o primeiro ato ligado aos Jogos do novo ministro, nomeado para o cargo na quinta-feira, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff ser aprovado pelo Senado. Questionado pelos repórteres, Picciani também afirmou que não vê contradição no fato de ser ministro no governo interino de Temer, mesmo depois de ter votado contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Na Arena Carioca 2, que tem capacidade para 10 mil espectadores, serão disputadas as competições de judô, luta greco romana, luta livre e bocha olímpica. Após os Jogos, a promessa é que as instalações sejam um espaço dedicado à preparação de atletas de alto rendimento.
Picciani sinalizou para mudanças na pasta, mas garantiu que não haverá prejuízos na preparação final das Olimpíadas.
"Os recursos para as Olimpíadas são um compromisso do Brasil e de suas esferas de poder e isso será preservado...é provável que ocorram mudanças na equipe e vamos ver isso na próxima semana", disse.
Os Jogos Olímpicos estão marcados para começar em 5 de agosto no Rio de Janeiro.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que também esteve no evento, elogiou o colega de partido.
"É óbvio que ter um ministro como o Picciani, de perto e assumindo compromissos, é importante para a Olimpíada. O governo federal tem papel muito relevante com a operação dos Jogos, segurança e questões alfandegárias", disse.
RETA FINAL Na reta final da preparação do Rio de Janeiro para as Olimpíadas, falta ainda a conclusão de duas estruturas importantes para a realização dos Jogos. Uma delas é o Velódromo Olímpico, também na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
A obra atrasou em virtude de problemas financeiros com a empresa contratada para fazer a arena, o que obrigou a subcontratação de uma terceira construtora às pressas para finalizar o estádio de ciclismo. A previsão da prefeitura é que o Velódromo esteja pronto até meados de junho .
"O Velódromo vai super bem e esperamos nos próximos 30 dias entregar...Ele foi um calinho no pé", disse o prefeito Eduardo Paes.
O atraso na obra obrigou o comitê organizador a adiar e depois suspender em definitivo um evento teste programado para acontecer no Velódromo Olímpico. A perspectiva agora é que os atletas possam ter contato mais próximo com a pista e com o estádio a partir do mês que vem.
Outro desafio na reta final dos Jogos é a finalização da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que vai ligar a zona sul à zona oeste da cidade. A perspectiva do Estado é que a linha 4 seja inaugurada em 1° de agosto, a poucos dias da abertura das Olimpíadas. Essa nova linha vai operar para um público restrito --atletas, delegações, profissionais que vão trabalhar nos Jogos, público com ingresso e mídia-- e com capacidade menor.
"É assim no mundo todo. Há uma curva de aprendizagem. O metrô vai começar operando com uma capacidade para 11 mil passageiros por hora, por sentido. Será uma operação especial", disse à Reuters o secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Goulart Vieira.
Após os Jogos Olímpicos, a linha 4 vai passar por ajustes, mas a operação será retomada para as Paralimpíadas. A abertura ao público em geral deverá ocorrer depois do evento.
"A operação plena da linha vai ser no segundo semestre, mais para o fim do ano com capacidade de 22 mil passageiros por hora e por direção", disse Vieira.
Quando a linha 4 do metrô foi anunciada pelo Governo do Rio, projetava-se que a obra pudesse estar pronta no fim de 2015, mas a data vem sendo alterada diante na demora na liberação de financiamentos, da crise econômica e da complexidade da obra.