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Ministro quer esclarecer aos EUA que Petrobras foi vítima

Ministro do TCU defendeu que a instituição explique à Justiça dos EUA que a Petrobras foi vítima dos escândalos de corrupção, e não a causadora.


	Petrobras, tanque da Petrobras: Petrobras é alvo de ações coletivas bilionárias de investidores nos EUA
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras, tanque da Petrobras: Petrobras é alvo de ações coletivas bilionárias de investidores nos EUA (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2016 às 19h29.

Brasília - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler defendeu nesta quarta-feira que a instituição explique à Justiça dos Estados Unidos que a Petrobras foi vítima dos escândalos de corrupção que estão sendo investigados pelo tribunal e pela operação Lava Jato.

“Talvez seja importante esclarecer junto aos juízes norte-americanos que nossas decisões levam em conta que a Petrobras é a vítima e não a causadora”, disse Zymler, que relatou nesta quarta-feira processo que dá 15 dias de prazo para apresentação de explicações de 16 grupos acusados de formar um cartel para majorar preços na obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Zymler disse que conversou com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, que manifestou a ele preocupação com o possível uso das decisões do TCU nas ações de investidores minoritários residentes nos EUA contra a estatal.

A Petrobras é alvo de ações coletivas bilionárias de investidores nos EUA que questionam perdas causadas pelos casos de corrupção envolvendo a empresa.

No caso relatado por Zymler os grupos citados são: Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Engevix, Iesa Óleo & Gás, Mendes Júnior, MPE, Toyo Setal, Skanska Brasil, Techint Engenharia e Construção, UTC Engenharia, GDK, Promon Engenharia e Galvão Engenharia.

Segundo Zymler, se as explicações não forem convincentes e o processo seguir adiante as empresas podem, no limite, serem declaradas inidôneas, o que as impediria de participar de licitações federais por cinco anos.

Questionado sobre sua opinião sobre o assunto, o ministro disse que não poderia adiantar seu voto, mas afirmou que os indícios são muito robustos. "Alguns são confissões, vindas de delações", disse ele.

O ministro estimou em cerca de 1,9 bilhão de reais o tamanho do sobrepreço causado pelo suposto cartel em Abreu e Lima.

Segundo ele, o tribunal pode vir a levar em conta, nos processos, as colaborações de cada empresa para a elucidação do sistemas de fraudes.

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