Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara (Najara Araujo/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 10h16.
Última atualização em 9 de janeiro de 2023 às 10h17.
Entre os escombros deixados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, Paulo Pimenta, afirmou na manhã desta segunda-feira (9) que as invasões da véspera em Brasília foram uma tentativa fracassada de golpe de Estado pior que a invasão do Capitólio, ocorrida nos Estados Unidos há dois anos. "Aqui assistimos à invasão às sedes dos Três Poderes. Seria como a invasão da Casa Branca", disse o petista a jornalistas.
De acordo com Pimenta, quadros de Di Cavalcanti e Portinari, além de um relógio que pertenceu a Dom João VI e a galeria de quadros dos ex-presidentes, foram destruídos pelos golpistas. "Levaram HDs do Planalto. Parte das pessoas que estava aqui agiu com inteligência, sabia o que estavam fazendo", afirmou o ministro. "Nada do que aconteceu aqui teria acontecido sem algum nível de facilitação", acrescentou. O governo federal viu omissão do Distrito Federal e interveio na segurança pública da unidade federativa.
Ao longo das revistas, foi encontrada uma granada na sede do Supremo Tribunal Federal, onde os manifestantes conseguiram invadir o gabinete da presidente da Corte, a ministra Rosa Weber. No Palácio do Planalto, esclareceu o chefe da Secom, o térreo e o segundo andar foram as áreas mais destruídas, mas o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi invadido.
Pimenta garantiu que os golpistas envolvidos serão responsabilizados, "sejam eles 50, 100 ou 200", e que materiais orgânicos como sangue, urina e fezes, deixados pelos invasores, serão utilizados na identificação. "Não vamos permitir que terroristas façam o que estão fazendo", acrescentou o ministro.
Apesar da destruição deixada por golpistas, o presidente Lula vai despachar do Palácio do Planalto nesta segunda, 9, para mostrar à sociedade brasileira e ao mundo que as instituições estão preservadas, disse Paulo Pimenta.
"Não vão paralisar as instituições, presidente vai fazer reunião aqui no Planalto. O espaço físico foi violado, mas conteúdo dos Três Poderes está preservado", afirmou o ministro.
Lula estava reunido por volta das 9h30 em seu gabinete, que não foi invadido, com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e com o ministro da Corte Luís Roberto Barroso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também participa.
Às 10h, a reunião será com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com os chefes das Forças Armadas: general Júlio Cesar de Arruda, comandante do Exército; almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha; e tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica.
Às 18h, Lula fará uma reunião com governadores. O objetivo de todos os encontros é discutir a resposta institucional aos atos golpistas que resultaram ontem na invasão do Palácio do Planalto do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
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