Brasil

Ministro Barroso arquiva inquérito contra deputado federal Arnaldo Jardim

Deputado do PPS-SP era investigado com base nas delações da Odebrecht

Arnaldo Jardim: Delatores relataram repasse de R$ 50 mil ao deputado (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Arnaldo Jardim: Delatores relataram repasse de R$ 50 mil ao deputado (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 13h19.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento do inquérito que investiga o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) com base nas delações da Odebrecht. 

Em manifestação enviada no final de outubro a Barroso, relator do inquérito, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou que não há "suporte fático e jurídico para dar continuidade à investigação".

"Considerando que a autoridade policial não logrou identificar o local e o possível intermediário dos pagamentos e obter elementos indiciários que demonstrassem a efetiva entrega de valores, notadamente considerada a circunstância de que os fatos teriam ocorrido no ano de 2010, acolho a manifestação ministerial", escreveu Barroso, em 6 de novembro.

A investigação teve origem nas declarações dos delatores Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Júnior, ex-executivos da Odebrecht. Os dois relataram repasse de R$ 50 mil a Jardim com recursos não contabilizados.

Os delatores afirmaram que o pagamento teria sido feito em duas parcelas iguais, disfarçado de doação eleitoral para a campanha de 2010, sem qualquer registro na prestação de contas apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O deputado negou ter recebido valores da Odebrecht. "No ano de 2010, não houve qualquer proposta de doação eleitoral por parte de Carlos Paschoal", disse.

"As 'lacunas da investigação' enumeradas pela autoridade policial - identificação do local e possível intermediário dos pagamentos e obtenção de elementos indiciários que demonstrem a efetiva entrega de valores - persistem e esbarram de modo intransponível na falta de perspectiva de obtenção de qualquer elemento de prova da entrega desses valores, notadamente porque os fatos teriam ocorrido em 2010", escreveu Raquel Dodge, ao requerer o arquivamento do inquérito.

Defesa

Procurada pela reportagem, a defesa do deputado não havia sido localizada até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosLuís Roberto BarrosoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência