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Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Maria Laura da Rocha, do Itamaraty, rebateu declarações do presidente dos EUA e diz que trabalhará por convergências

Agência o Globo
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Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 17h28.

Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 18h06.

A ministra interina das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, rebateu nesta terça-feira as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu país não precisa do Brasil. Segundo ela, Trump pode falar "o que quiser" e que a diplomacia trabalhará por encontrar convergências na relação com o americano.

Ao tomar posse ontem, Trump também retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial de Saúde (OMS), e revogou 80 decretos assinados pelo antecessor, Joe Biden.

"Pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos", declarou Rocha a jornalistas nesta terça. "Mas acredito que, como somos um povo que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre, nós vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas".

A declaração de Rocha, a primeira manifestação do Itamaraty após a posse de Trump, ocorreu durante o anúncio do embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP30, conferência do clima que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.

Ao ser questionado sobre a decisão de Trump de deixar o acordo de Paris, Lago afirmou que a medida tem um "impacto significativo" nas negociações sobre clima.

"Os EUA são um ator essencial, não é só a maior economia como um dos [maiores] emissores. Mas é um país que tem trazido respostas na área do clima com tecnologias, tem várias empresas envolvidas nesse debate. Estamos analisando a decisão do presidente Trump, mas não há dúvida de que terá um impacto significativo [para a COP]", declarou o presidente da conferência à imprensa.

"Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós", respondeu Trump ao ser perguntado se iria falar com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e com a América Latina.

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