Caças da FAB: investigação civil e criminal buscará determinar se houve "possíveis irregularidades" no contrato (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2015 às 14h44.
Brasília - O Ministério Público está investigando se houve corrupção no acordo de 5,4 bilhões de dólares para que o governo brasileiro compre 36 caças Gripen NG, da fabricante sueca Saab, para equipar a Força Aérea Brasileira (FAB).
Uma porta-voz da promotoria federal em Brasília disse nesta sexta-feira que a investigação civil e criminal buscará determinar se houve "possíveis irregularidades" no contrato, negociado no ano passado.
A porta-voz confirmou relatos divulgados na imprensa brasileira de que a procuradoria investiga uma diferença de 900 milhões de dólares entre o preço da proposta inicial da Saab em 2009 e o preço final acordado em outubro.
A FAB escolheu o Gripen NG em uma disputa em que também estavam o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault.
Segundo a Saab, os primeiros Gripen NG devem ser entregues ao Brasil no início de 2018.
A FAB disse em comunicado que a diferença de preço se deve às flutuações cambiais entre o dólar e a coroa sueca, moeda em que os jatos foram precificados, e a acréscimos colocados em contrato, como apoio e suporte logístico, simuladores de voo e sistemas embarcados, como radar Wide Area Display (WAD).
"O Comando da Aeronáutica não reconhece que houve irregularidades no processo de aquisição dos caças Gripen NG, e está pronto para prestar os esclarecimentos necessários às autoridades competentes", afirma a nota.
"Cabe destacar que o novo caça vai atuar na Defesa Aérea Brasileira por, no mínimo, 30 anos." (Reportagem de Anthony Boadle)