Brasil

Ministério diz que água usada em produção de cerveja estava contaminada

A Polícia Civil já confirmou três mortes ligadas ao consumo do produto, além de investigar um outro caso e 18 internações com suspeita de intoxicação

Cerveja: autoridades encontraram substância tóxica dietilenoglicol em lotes do produto de fabricação mineira (John Peabody/Getty Images)

Cerveja: autoridades encontraram substância tóxica dietilenoglicol em lotes do produto de fabricação mineira (John Peabody/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 19h20.

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 18h59.

São Paulo - O Ministério da Agricultura apontou nesta quarta-feira contaminação na água usada na fabricação de uma cerveja artesanal que teria causado a morte de três pessoas, num episódio que está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais.

A polícia investiga a cervejaria artesanal Backer e encontrou traços de dietilenoglicol, um solvente de gosto doce, em um tanque na fábrica da cervejaria em Minas Gerais, assim como em garrafas da cerveja lager da empresa, a Belorizontina.

O Ministério da Agricultura afirmou que todos os produtos da cervejaria foram alvo de um recall e a produção da empresa foi suspensa.

A pasta disse em comunicado que as análises que realizou determinaram que as moléculas tóxicas estavam na água do tanque usado na cervejaria, o que aponta uma contaminação "sistêmica, ou seja, está presente no processo de fabricação da Backer".

O Ministério classificou ainda a contaminação de "excepcional". O órgão disse que trabalha com três hipóteses: sabotagem, vazamento e uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de refrigeração do sistema.

A Backer disse que não usa o dietilenoglicol no seu processo de produção, mas usa um componente relacionado, chamado monoetilenoglicol, que é menos tóxico.

Em comunicado divulgado em seu website, acervejaria disse que está "colaborando, sem restrições, com as investigações", assim como realizando uma apuração interna sobre o que pode ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela polícia.

A Backer já conquistou prêmios internacionais e sua cerveja está amplamente disponível no país.

A Polícia Civil de Minas Gerais disse em comunicado enviado por email nesta quarta-feira que já foi notificada de 18 casos suspeitos de pacientes que apresentaram sintomas de intoxicação por dietilenoglicol, sendo que quatro deles foram confirmados. Os episódios de intoxicação começaram a ser reportados no início de janeiro.

Uma das mortes teve confirmada como causa a intoxicação por dietilenoglicol e uma autópsia está sendo realizada na segunda vítima para determinar se a causa foi a mesma.

Acompanhe tudo sobre:CervejasMinistério da Agricultura e PecuáriaMortes

Mais de Brasil

Bolsonaro diz que médico trata o caso dele como grave e que foi 'derrubado pelo próprio corpo'

Bolsonaro deve ser operado em Brasília neste domingo

Percepção de violência aumentou mais em SP do que no restante do país, afirma Datafolha

Após visitar Bolsonaro, senador afirma que ex-presidente será transferido para Brasília em UTI aérea