Negociações sobre a mudança do projeto de transporte de BRT para VLT envolveram Negromonte e o governador Silval Barbosa (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 12h02.
São Paulo - O Ministério das Cidades fraudou um estudo feito pela própria pasta para respaldar tecnicamente um aumento de R$ 700 milhões em obras de mobilidade ligadas à Copa de 2014 em Cuiabá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Ainda segundo o jornal, o caso teve envolvimento dos ministérios das Cidades, Planejamento, e do governador de Mato Grosso.
A fraude, de acordo com o Estado, foi executada pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna, e pela gerente de projetos Cristina Maria Soja, que teriam inserido um parecer falso favorável à construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que custaria R$ 1,2 bilhão e suprimindo outro parecer do próprio ministério que desaconselhava a implementação do projeto.
Na prática, isso significaria um aumento de R$ 700 milhões no projeto de mobilidade urbana para a Copa, que antes previa uma linha rápida de ônibus (conhecida como BRT) ao custo de R$ 500 milhões. Os dois documentos, tanto o favorável quanto o que critica o VLT, têm o mesmo tamanho, de 16 páginas.
A ordem de mudar o parecer, segundo o Estado, teria vindo de Cássio Peixoto, braço direito de Mário Negromonte no ministério, e Guilherme Ramalho, coordenador-geral de infraestrutura da Copa de 2014 do Ministério do Planejamento. A mudança teria sido acertada em acordo político que envolveu o ministro das Cidades, Mario Negromonte, do Planejamento, Miriam Belchior, o vice-presidente Michel Temer, e o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa.
Barbosa e a presidente Dilma Rousseff assinaram autorização de empréstimos de R$ 2,195 bilhões para obras em Mato Grosso no dia 27 de outubro, segundo o texto. O documento inclui os R$ 727 milhões referentes à diferença entre o VLT e o BRT.