Ministério da Saúde: O documento de 18 de junho, prevê ainda a possibilidade de ter de ampliar o portfólio de vacinas compradas pela pasta e de produzir nacionalmente o IFA diante da alta demanda global (Bloomberg/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de junho de 2021 às 13h30.
Última atualização em 23 de junho de 2021 às 13h32.
O Ministério da Saúde planeja pedir um empréstimo de US$ 600 milhões (o equivalente a R$ 3 bilhões) ao Banco Mundial para a compra de vacinas contra a covid-19. No projeto que embasa o pedido, a pasta admite que a retomada da economia depende da vacinação, destaca o Estadão.
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O texto destoa do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que tem minimizado em diversas ocasiões a importância da estratégia de imunização da população como forma de conter a pandemia. O documento de 18 de junho, obtido pelo Estadão, prevê ainda a possibilidade de ter de ampliar o portfólio de vacinas compradas pela pasta e de produzir nacionalmente o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) diante da alta demanda global. A escassez de IFA já atrasou a produção de vacinas.
O projeto de empréstimo solicita "suporte aos esforços de vacinação do governo" durante um período de dois anos. Como ainda não é sabida a duração da imunidade induzida pelas vacinas cientistas têm discutido a possibilidade de revacinar a população no ano que vem.
Segundo a proposta, o financiamento pode ocorrer por meio do reembolso dos valores já pagos pelo governo brasileiro ou pelo financiamento de despesas futuras. Nas contas do governo federal 135 milhões de doses já foram recebidas ou são esperadas até o fim de junho. "Outros 176 milhões de doses são esperadas para o terceiro trimestre, e 310 milhões são esperadas entre outubro e dezembro", informa o documento.
"Está claro que a maneira mais efetiva para minimizar riscos atuais e futuros de aumento na taxa de transmissão do vírus e para a retomada sustentada das atividades econômicas se dará através de uma rápida expansão da cobertura vacinal", afirma a carta do Ministério da Saúde. O texto considera ainda que o Brasil está "no seu ponto mais alto na pandemia, em contraste com outras partes do mundo que já verificam uma redução de casos e mortes".
Até ontem, só 65,6 milhões haviam recebido a primeira dose e 24,5 milhões, a segunda. Nesse ritmo lento, comparado ao de outros países, o País ainda registra alta taxa de transmissão do vírus. Só na última sexta-feira foram quase 100 mil infectados. A reportagem perguntou ao ministério quantas doses dependeriam do empréstimo e se há o risco de que as vacinas consideradas contratadas não tenham verba federal. O ministério não respondeu.