(Craig F. Walker/The Boston Globe/Getty Images)
Reuters
Publicado em 4 de março de 2021 às 18h03.
Última atualização em 4 de março de 2021 às 18h16.
O Ministério da Saúde estima fechar um contrato com a Moderna para receber 13 milhões de doses da vacina do laboratório contra a covid-19 até dezembro, com o primeiro 1 milhão de doses entregue até julho, segundo documento com o cronograma de entregas previsto pela pasta obtido pela Reuters.
O cronograma também prevê mais 50 milhões de doses do imunizante do laboratório norte-americano até 31 de janeiro de 2022, totalizando 63 milhões de doses da farmacêutica.
O documento estima ainda a chegada até o final de maio das primeiras 2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer, cujo contrato com o governo federal por um total de 100 milhões de doses está na fase final de negociação.
Ao todo, em contratos já firmados, contratações futuras e tratativas, a pasta prevê receber até o final do ano 575,9 milhões de doses de vacinas dos mais diversos laboratórios. Desse total, 161 milhões de doses são de laboratórios com quem o ministério ainda está em tratativas.
O cronograma do ministério foi entregue na tarde desta quinta-feira pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, a senadores que participam de uma sessão para discutir as ações da pasta no enfrentamento à pandemia de coronavírus.
Senadores pedem pressa no programa de imunização brasileiro ante o avanço do número de casos e de mortes por Covid-19 no país, que na véspera bateu um recorde de mortes causadas pela doença em 24 horas, com mais de 1.900 óbitos.
O Brasil distribuiu até o momento cerca de 19 milhões de doses de vacinas aos Estados, sendo a maior parte a CoronaVac, da Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que inicialmente era rejeitada pelo Ministério da Saúde. Só para vacinar os primeiros grupos prioritários --trabalhadores de saúde, idosos, indígenas e pessoas com morbidades-- são necessárias 104,2 milhões de doses de vacina.
Procurado, o Ministério da Saúde não comentou de imediato as informações divulgadas.
Os valores dos acordos em negociação não foram divulgados, mas o governo federal destinou 20 bilhões de reais para a vacinação contra a Covid-19 por meio de uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado.
Pelo cronograma detalhado do acordo em negociação com a Pfizer, serão 2 milhões de doses até o final de maio; 7 milhões de doses em junho; 10 milhões de doses por mês entre julho e setembro; 20 milhões de doses por mês em outubro e novembro, e ainda 21 milhões de doses em dezembro.
No caso da Moderna, o ministério negocia receber 13 milhões de doses da vacina do laboratório norte-americano este ano. A previsão é que haja 1 milhão de doses para cada mês em julho, agosto e setembro, e ainda outros 10 milhões de doses até dezembro. A pasta ainda contabiliza receber em janeiro de 2022 outros 50 milhões de doses da Moderna.
Em outra negociação ainda em tratativas, a pasta prevê receber 16,9 milhões de doses da vacina da Janssen até o final de setembro e outras 21,1 milhões de doses até dezembro. Na véspera, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu-se com executivos do laboratório em Brasília e à noite a pasta comunicou oficialmente a intenção de comprar 38 milhões de doses do laboratório.
O Ministério ainda prevê comprar 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik, do Instituto Gamaleya, que no Brasil é representada pelo laboratório União Química. A previsão é de comprar 400 mil doses até final de abril, 2 milhões de doses no mês seguinte e 7,6 milhões de doses até o final de junho.
Até o momento o Brasil tem acordos fechados com a AstraZeneca, por um total de 222 milhões de doses; com o Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, por um total de 100 milhões de doses, com expectativa de mais 30 milhões; e com a Bharat Biotech, da Índia, por 20 milhões de doses.
Além disso, o Brasil participa do programa de distribuição de vacinas Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), e receberá mais 42,5 milhões de doses de imunizantes.