Brasil

Ministério da Saúde gastou 30% do prometido contra a covid-19, diz TCU

De R$ 38,97 bilhões reservados à pasta, foram pagos apenas R$ 11,48 bilhões até 25 de junho

Coronavírus: Ministério da Saúde gastou cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a covid-19 (Buda Mendes / Equipe/Getty Images)

Coronavírus: Ministério da Saúde gastou cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a covid-19 (Buda Mendes / Equipe/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de julho de 2020 às 19h11.

Última atualização em 22 de julho de 2020 às 20h52.

O Ministério da Saúde gastou cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a covid-19 desde março, mostra auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). De 38,97 bilhões de reais reservados à pasta em ação do Orçamento sobre pandemia, foram pagos 11,48 bilhões de reais até 25 de junho.

A equipe técnica do TCU afirma que não conseguiu identificar a estratégia de compras, logística, distribuição de insumos, além de desconhecer "critérios para transferência de recursos" do ministério. As respostas da Saúde ao tribunal teriam sido insuficientes, afirma o relatório.

A auditoria mostra que o ministério gastou cerca de 12% do reservado para as próprias aplicações, como compras de insumos, cerca de 40% do prometido para transferir a estados e ao Distrito Federal e, aos municípios, 33%.

Além do TCU, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar "possíveis insuficiência e lentidão da execução orçamentária" e "omissão no socorro financeiro aos estados e municípios" pela Saúde.

O ministro do TCU Benjamin Zymler, relator de processo sobre resposta da Saúde à covid-19, disse chamar a atenção que o Pará e o Rio de Janeiro, respectivamente, tiveram a segunda e a terceira maior taxa de mortalidade por covid-19, segundo dados do fim do maio, mas apareciam entre as três unidades da federação que menos receberam recursos por pessoa na pandemia.

A partir deste levantamento, o TCU determinou nesta quarta-feira 22, que o Ministério da Saúde, em 15 dias, mostre a "lógica de financiamento" dos fundos estaduais e municipais, mostre como definiu a estratégia de compras contra para a pandemia, e apresente documentos sobre planos de logística e distribuição de insumos.

O tribunal também determinou que, no mesmo prazo, o Ministério da Saúde reestruture comitês e gabinetes de crise. Segundo a auditoria, o esvaziamento destes órgãos, "aliado à troca de dois ministros da Saúde durante a pandemia e à alteração de grande parte da equipe técnica, constituiu uma fragilidade na governança" na pasta.

Procurado, o Ministério da Saúde disse que já respondeu ao TCU, mas não entrou em detalhes. "O ministério entende que faz parte do processo todo e qualquer questionamento. A transparência das ações e informações é fundamental para a administração pública em qualquer situação", disse a pasta em nota.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusMinistério da SaúdePandemiaSaúdeSaúde no BrasilTCU

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas