Aedes aegypti: entre 1º de janeiro e 25 de março deste ano foram notificados 90.281 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 90% em relação ao mesmo período de 2016 (947.130) (James Gathany/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2017 às 17h16.
O Ministério da Saúde anunciou hoje (30) que repassará mais R$ 10 milhões para a elaboração de pesquisas sobre as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, Zika e chikungunya.
Deste total, R$ 6 milhões serão destinados à criação de um banco nacional de amostras biológicas relacionadas a essas doenças, como sangue, urina e saliva.
O banco servirá de suporte aos pesquisadores, permitindo que análises futuras possam ser realizadas com a ajuda destas amostras.
Segundo o ministério, a estruturação do banco deve começar ainda em este ano e a coordenação será feita em conjunto com centros de pesquisas ainda a serem definidos.
Também serão definidas prioridades de pesquisas relacionadas à chikungunya, com previsão de um estudo de abrangência nacional, e será dado auxílio a pesquisadores na publicação de artigos de grande impacto relacionados às arboviroses.
Segundo a pasta da Saúde, ao todo, já foram investidos, pelo governo federal, mais de R$ 250 milhões no financiamento de pesquisas relacionadas às três doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Renezika
O anúncio da verba foi feito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante o 3º Encontro da Rede Nacional de Especialistas em Zika e doenças correlatas (Renezika), realizado ontem (29) e hoje, em Brasília.
Barros disse ainda que, para ampliar a assistência, já foram destinados recursos para a habilitação de Centros Especializados em Reabilitação (CER) e para 51 novas equipes de Núcleos de Apoio de Saúde da Família.
São R$ 10,9 milhões por ano para essas equipes, que contam com profissionais de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia.
Desde outubro do ano passado, as crianças com síndrome congênita de Zika também contam com 52 novos CERs, especializados em serviços como, por exemplo, estimulação precoce.
Por ano, o Ministério da Saúde repassará R$ 114,3 milhões para o custeio dessas unidades.
Segundo o ministro, 80% das crianças com microcefalia já estão sendo atendidas com atenção especializada, mas é preciso que as prefeituras façam com que elas cheguem aos centros.
“Há um esforço nosso para ampla cobertura e para que as mães utilizem esse serviço. Só que o tratamento está nos centros especializados e, às vezes a mãe está em local afastado e as equipes precisam ir ao seu encontro, não é uma operação simples”, disse.
Cerca de 300 pessoas, entre pesquisadores, gestores, profissionais da saúde, representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), do Center for Disease Control and Prevention (CDC) e da Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (GloPID-R), bem como do setor produtivo público e privado, participaram do encontro da Renezika.
Foram convidados também os secretários de saúde estaduais e gestores de secretarias municipais de locais em que a epidemia de zika, chikungunya ou dengue teve maior impacto.
Número de casos
Entre 1º de janeiro e 25 de março deste ano foram notificados 90.281 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 90% em relação ao mesmo período de 2016 (947.130).
Segundo o ministério, também houve 97% de redução no número de óbitos, passando de 411, em 2016, para 11, em 2017.
Em relação à chikungunya, a redução do número de casos foi de 74%.
Entre janeiro e 25 de março, foram registrados 26.854 casos.
No ano passado, foram registrados 101.633 casos, neste mesmo período.
O Ministério da Saúde registrou 4.894 casos de Zika em todo o país este ano.
Uma redução de 97% em relação a 2016 (142.664 casos).
Em relação às gestantes, foram registrados 727 casos prováveis.
Não houve registro de óbitos por Zika em 2017.