(Callista Images/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 11h51.
Última atualização em 31 de março de 2020 às 20h01.
São Paulo - O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (26) em coletiva de imprensa o primeiro caso de coronavírus no Brasil e na América Latina e o segundo no Hemisfério Sul, depois da Argélia.
Há 20 casos suspeitos no país, 11 deles no estado de São Paulo além de Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (2), Paraíba (1), Pernambuco (1) e Espírito Santo (1). Outros 59 casos suspeitos já foram descartados até o momento.
Na tarde desta terça-feira (25), o primeiro caso de teste positivo foi relatado pelo Hospital Israelita Albert Einstein. O segundo teste, feito pelo Instituto Adolfo Lutz, confirmou o diagnóstico.
Trata-se de um homem de 61 anos que esteve no norte da Itália, onde há dezenas de casos da doença, e fez uma conexão na França. Ele retornou de viagem na última sexta-feira (21) e recebeu a visita de cerca de 30 familiares no sábado. Todos estão sendo acompanhados.
O paciente apresentou sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza) e procurou o sistema de saúde.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o paciente está em isolamento em sua casa em São Paulo, em bom estado, e retornará à vida normal assim que deixar de apresentar sintomas.
Ele explicou que este é o protocolo técnico recomendado pela Organização Mundial de Saúde no caso. A quarentena, realizada com as dezenas de brasileiros que chegaram da região epicentro da doença na China, não faria sentido neste caso, nem trazê-lo para um ambiente hospitalar.
Mandetta disse, ainda, que a confirmação do caso não altera o status sanitário do Brasil, já que o governo já havia declarado emergência de saúde de interesse nacional para realizar os preparativos da quarentena de brasileiros repatriados da China e que foram liberados no fim de semana.
“Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão”, disse Mandetta. Ele destacou que medicina não é uma ciência exata e que não é possível antecipar como será o padrão de disseminação da doença no hemisfério sul.
No mundo, os dados apontam para 80.239 casos confirmados e 2.700 mortes, ou seja, um índice de letalidade de 3,4%. Fora da China, o porcentual é de 1,4%.
(Com reportagem de Lisandra Paraguassu, da Reuters, e Alex Rodrigues, da Agência Brasil)