Brasil

Ministério da Fazenda projeta inflação de 5,1% em 2010

Já para 2011, expectativa para o IPCA é de 4,5%

Volatilidade da inflação em 2010 foi causada pelo preço dos alimentos e das commodities (Eduardo Monteiro/EXAME)

Volatilidade da inflação em 2010 foi causada pelo preço dos alimentos e das commodities (Eduardo Monteiro/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 14h00.

Brasília - O Ministério da Fazenda projeta, na 8ª edição do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, uma alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010 de 5,1%. No boletim anterior, a projeção para a inflação estava próxima de 5%. Para 2011, a Fazenda projeta um IPCA de 4,5%. Segundo a Fazenda, com o fim dos estímulos fiscais e monetários, das chuvas e dos ajustes sazonais em educação, saúde e transporte público, o IPCA está voltando à trajetória compatível com o atual nível de crescimento da economia. Na avaliação do ministério, após a alta no começo deste ano, a inflação recuou de maneira significativa de junho a agosto.

A Fazenda avalia ainda que a maior volatilidade na inflação neste ano foi causada essencialmente pelo comportamento dos preços dos alimentos e das commodities em geral, como o minério de ferro. Segundo o boletim, a crise agrícola na Rússia e o aumento da liquidez internacional elevaram os preços dos alimentos a partir de setembro.

Para a Fazenda, o aumento dos alimentos (no domicílio) tem comportamento sazonal devido aos preços das commodities e a entressafra, não refletindo pressões de demanda. Já a variação dos alimentos (fora domicílio) reflete o crescimento da massa salarial. No boletim, o Ministério da Fazenda destaca que, após três meses de contribuição negativa, o comportamento dos alimentos voltou a pressionar a inflação em setembro, mas os outros itens que compõem o IPCA continuam a apresentar comportamento sustentável com o ritmo de crescimento da economia sem pressões de demanda.

A Fazenda também avalia que o impacto do atual aumento das commodities no Brasil tem sido menor devido à valorização do real. De acordo com o boletim, o aumento da liquidez internacional e as poucas alternativas de aplicações elevaram o preço das principais commodities. O documento destaca que o índice do mercado de commodities (CRB) atingiu em setembro valor superior ao visto em 2008. O ministério projeta ainda um crescimento da produção industrial de 11,3% em 2010, menor que a estimativa anterior de alta de 11,5%.


Crédito

O documento divulgado hoje traz ainda a redução da previsão de estoque de crédito em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2010. A nova estimativa prevê que o volume ficará no patamar de 48% do PIB ao fim deste ano, ante previsão anterior de 48,5%. Ainda assim, este nível, se confirmado, será o maior da série histórica. De acordo com o documento, a estimativa foi feita considerando-se a expectativa de aumento médio de 20% nos desembolsos neste ano.

O documento também revisou para cima a estimativa de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no total de empréstimos do sistema financeiro nacional em 2010. A previsão anterior, que constava da 7ª edição, era de 20,2%, enquanto a nova avaliação estima uma participação de 21,1%. Segundo o documento, esse porcentual mantém-se no patamar histórico de participação.

Empregos

O Ministério da Fazenda também está mais otimista com a criação de empregos no País em 2010. Na 8ª edição do boletim, ele elevou de 2,202 milhões para 2,350 milhões a geração líquida de empregos no País. Para a Fazenda, o total de empregos gerados no governo Lula, entre 2003 e 2010, pode chegar a 15 milhões de vagas. Segundo a Fazenda, a retomada do crescimento econômico contribuiu para a geração de novos postos de trabalho.

O documento também destacou que a taxa de desemprego em 2010 é a menor da história e reflete o dinamismo atual da atividade econômica e a melhoria da qualidade do emprego. Em setembro, a taxa de desemprego ficou em 6,2%, o menor índice desde que a série histórica foi construída, em março de 2002.

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