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Ministério da Economia monta força-tarefa para obter insumos hospitalares

Pasta reuniu técnicos e gestores para criar soluções, a toque de caixa, para conseguir remédios que podem faltar nos hospitais; importação não está descartada

Paciente com covid é internado em hospital de Bauru: Ministério da Economia busca soluções para conseguir medicamentos (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

Paciente com covid é internado em hospital de Bauru: Ministério da Economia busca soluções para conseguir medicamentos (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 19 de março de 2021 às 17h50.

Última atualização em 22 de março de 2021 às 15h03.

Diante do cenário da falta iminente de medicamentos utilizados para intubação de pacientes e insumos hospitalares como cilindros de oxigênio e monitores de UTI em diversos estados, o Ministério da Economia criou uma força-tarefa para providenciar esses produtos.

A pasta deve concluir nos próximos dias um diagnóstico de iniciativas a ser tomadas, com base em informações repassadas pelos estados e municípios ao Ministério da Saúde, e um plano de ação. Não está descartada a possibilidade de trazer os insumos do exterior, caso a pasta chegue à conclusão de que a indústria brasileira poderá não dar conta do exponencial aumento da demanda.

Segundo o Fórum de Governadores, os hospitais correm o risco de zerar o estoque de remédios como analgésicos e bloqueadores neuromusculares em dez dias, sem conseguir repor os insumos na velocidade necessária. Há também um temor em relação à possível escassez de cilindros de oxigênio, monitores de UTI e oxigênio hospitalar.

"Estamos em contato direto com os principais fabricantes brasileiros, para avaliar eventuais gargalos e estudar a possibilidade de expandir a capacidade produtiva", disse Carlos Da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, em entrevista exclusiva à EXAME. "Também estamos conversando com fornecedores de outros países".

Caso a importação seja considerada a melhor alternativa no momento, os medicamentos devem chegar ao país por via aérea. "Com isso, é possível poupar tempo", explica Gustavo Ene, atual secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia. Até pouco tempo atrás, Ene ocupava o cargo de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação. Seu contato próximo com a indústria e o conhecimento logístico motivaram o convite para integrar a força-tarefa.

Um grupo de trabalho parecido foi criado no Ministério da Economia no ano passado, com o objetivo de receber e filtrar propostas de empresas e entidades para a crise econômica e transformar as mais pertinentes em ações concretas. Foi assim que surgiu o programa de redução de jornada e salário e linhas de crédito especiais para empresas.

Ações

"Devemos lançar novas linhas de crédito para os setores mais atingidos pela crise provocada pela pandemia, como a aviação, transporte municipal e intermunicipal e bares e restaurantes", diz Costa.

Outra frente de trabalho é a análise de questões relativas ao abastecimento e infllação de insumos básicos para a indústria, como o aço e plásticos. "Deveremos nos reunir no início da semana que vem com representantes dos setores", afirma Costa. A ideia é analisar as cadeias produtivas, ouvir demandas e tentar ajudar a resolver eventuais gargalos.

Em relação a medicamentos de uso hospitalar, o Ministério da Economia pretende flexibiliar a norma que define que o preço dos importados deve ser menor do que os nacionais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, no sábado, dia 13, que os fabricantes de oxigênio medicinal devem informar o órgão semanalmente a respeito da capacidade de fabricação e distribuição, assim como os estoques disponíveis e o aumento da demanda. 

 

 

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