Felipe Wu: o medalhista olímpico na modalidade Tiro Esportivo é terceiro-sargento no exército (Edgard Garrido/ Reuters/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 17 de março de 2017 às 16h29.
Após os atletas militares conquistarem 13 das 19 medalhas brasileiras na Rio 2016, o Ministério da Defesa quer aumentar ainda mais a contribuição deles nas vitórias do país no próximo ciclo olímpico.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse hoje (17), no Rio de Janeiro, que já conversou com representantes da iniciativa privada, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para buscar apoio para a formação de atletas de base em programas militares.
Com cerca de 20 mil atletas de base participando do Programa Forças do Esporte, em que instalações militares são usadas por crianças e adolescentes, o ministério quer dobrar o número de participantes com o apoio privado.
"Temos hoje 20 mil jovens nessa base, mas minha ideia é que a gente consiga no curto prazo pelo menos dobrar isso. E estou pedindo ajuda do setor privado. É para que a gente possa ter não só atletas de alto rendimento, o que é fundamental, mas ter uma base, e que essa base social se reverta para os jovens", disse.
O desejo é incrementar os resultados em pelo menos 30%, mas, em um cenário de restrições orçamentárias, Jungmann acredita que, combinar recursos privados com a estabilidade que as forças armadas dão aos atletas militares, pode ser um caminho.
"Já venho conversando com a Fiesp, Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial para que eles nos ajudem no sentido de promover o esporte. Um dos problemas dos outros patrocínios é que eles são irregulares. Do lado de cá, você dá emprego, estabilidade, instalações e treinamento, e isso é mantido sem sobressaltos e sem descontinuidade", disse o ministro, que acrescentou: "Acho que, para o sucesso, a fórmula é essa. Uma estabilidade e uma garantia para que essa garotada toda possa dispor de meios para promover os seus talentos".
Jungmann participou hoje (17) da entrega medalhas de Mérito Desportivo Militar. A cerimônia foi realizada no Terceiro Comando Aéreo Regional (III Comar), no Rio de Janeiro, e condecorou atletas militares, autoridades envolvidas na organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e sobreviventes do acidente aéreo com o time da Chapecoense.
Ao todo, 280 pessoas foram homenageadas. Entre elas, os medalhistas olímpicos na Rio 2016 Felipe Wu, do tiro esportivo, e Maicon de Andrade, do taekwondo, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, autoridades militares e 13 parlamentares.
Os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Hélio Hermito Zampier Neto, da Chapecoense, entraram na lista dos homenageados, além do radialista Rafael Henzel, que também sobreviveu ao acidente aéreo com o avião que levava o time para a Colômbia, no ano passado.
No entanto, grande parte dos homenageados, incluindo os jogadores do time catarinense e o ministro do Esporte, não recebeu a condecoração na cerimônia de hoje.
Uma nova solenidade será realizada em Brasília na semana que vem, quando devem ser entregues 70 medalhas.
Medalha de bronze na Rio 2016, Maicon de Andrade comemorou a condecoração militar:"Todo atleta militar sonha em receber uma medalha dessa, é para a família", disse.
"Meu trabalho foi árduo, foi bem feito e hoje pude estar aqui recebendo essa medalha. Então, foi uma grande honra".