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Ministério cobrava propina de sindicatos, diz revista

Sindicalista afirma que o gabinete do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, extorquia sindicatos para desviar recursos do imposto sindical. Informação é da revista IstoÉ

O autor da denúncia contra Lupi é o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, João Carlos Cortez (Marcello Casal Jr/ABr)

O autor da denúncia contra Lupi é o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, João Carlos Cortez (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 17h55.

São Paulo - A edição deste fim de semana da revista IstoÉ traz denúncia de um sindicalista, segundo o qual o gabinete do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, extorquia sindicatos para desviar recursos do imposto sindical à central ligada ao PDT - Força Sindical - e a assessores do ministro. O autor da denúncia é o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira (Sindrest), João Carlos Cortez, que afirma existir um esquema de venda de cartas sindicais dentro do Ministério do Trabalho, operado por pessoas ligadas diretamente ao ministro Lupi.

Segundo Cortez, assessores do ministro prometeram, ao final de julho de 2007, regularizar o registro de sua entidade, desde que ele repassasse um porcentual da arrecadação do sindicato. Isso teria acontecido numa reunião realizada no quarto andar do ministério, marcada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP) e na sala do então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio de Medeiros, homem da confiança de Lupi.

"Me fizeram uma proposta indecente, um pedido de propina ali dentro do Ministério", contou Cortez à revista. O esquema consistia em repassar à conta bancária da Força Sindical 60% de toda a arrecadação sindical que seria obtida pelo Sindrest nos três anos seguintes, valor parcelado em três vezes - 30% no primeiro ano, 20% no segundo e 10% no terceiro. O montante era superior a R$ 12 milhões, segundo cálculos do sindicalista. Alegando à revista ter sido coagido, Cortez afirmou que aceitou a proposta. Duas semanas depois, teria sido apresentado a ele um "Termo de Compromisso de Doação", que, na verdade, encobriria o pagamento da propina.

Ainda assim, Cortez não conseguiu o que queria. Ele disse à IstoÉ suspeitar de que a regularização tenha sido travada por uma associação de sindicatos da Baixada Santista que disputava com o Sindrest a organização da categoria na região. "Ouvi que eles pagaram mais para arquivar nosso pedido. Tudo no Ministério do Trabalho é movido a dinheiro", afirmou Cortez à revista.

Depois disso, o sindicalista disse ter entregue nas mãos de Lupi, durante as comemorações do Dia do Trabalho em maio de 2010, um dossiê contando toda a história, acreditando que talvez o ministro não soubesse da operação de seus assessores. "Foi a mesma coisa que nada. Ele nunca deu retorno da denúncia. Logicamente o ministro também está no esquema", disse Cortez à IstoÉ.

Em nota, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que a matéria da IstoÉ é "fantasiosa" e "revela uma tentativa de criminalizar o movimento sindical". O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com o Ministério do Trabalho e os outros citados.

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