A ministra Tereza Campello: "temos, agora, a obrigação de talvez descer a detalhes de como enfrentar a fome de grupos específicos" (Elza Fiúsa/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2014 às 16h54.
Brasília - A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse hoje (24) que após o Brasil sair do mapa da fome é preciso traçar estratégias de combate à fome, não apenas de caráter nacional, mas voltadas também a grupos específicos como povos indígenas, quilombolas e população de rua. Relatório divulgado no último dia 16, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aponta que o Brasil cumpriu metas de reduzir a fome, e o problema no país deixou de ser estrutural.
Segundo a FAO, no período de 1990 a 1992, 14,8% dos brasileiros passavam fome. Para o período de 2012 a 2014, o índice brasileiro caiu para 1,7%. Para a FAO, quando o percentual da população subnutrida é inferior a 5%, o problema deixa de ser estrutural.
“Feitas ações com impacto e abrangência nacional, tendo superado a fome como um grande problema estrutural, temos, agora, a obrigação de talvez descer a detalhes de como enfrentar a fome de grupos específicos. Acho que não são mais políticas de caráter nacional que viabilizarão os próximos passos, vamos ter que ir para ações que olhem esses públicos”, disse Tereza Campello.
A ministra avalia que será preciso fortalecer o mecanismo de busca ativa do Programa Brasil sem Miséria, não apenas para inserir as pessoas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, mas para construir as políticas específicas. “Talvez a nossa próxima missão seja garantir que a busca ativa tenha o olhar não apenas de inserir no Cadastro Único, mas de construir políticas que viabilizem uma curva rápida para superar a fome também nesse público”, explicou.
A exemplo do que declarou na divulgação do relatório, Tereza Campello atribuiu a redução da fome no Brasil a fatores como a política de valorização do salário mínimo, o Programa Bolsa Família, o fortalecimento da agricultura familiar e o acesso de 43 milhões de crianças e jovens à merenda escolar. “Tiramos a fome de baixo da mesa e colocamos em cima da mesa, e demos prioridades no nosso orçamento”, disse.