Minha Casa Minha Vida (Ricardo Stuckert/PR)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 16 de abril de 2025 às 06h01.
Última atualização em 16 de abril de 2025 às 11h16.
O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou mudanças na terça-feira, 15, que ampliam o Minha Casa, Minha Vida.
Foram aprovadas a criação da faixa 4, para atender famílias de classe média, e o reajustes da renda nas faixas 1, 2 e 3. Além disso, o teto de aquisição de imóveis em municípios de até 100 mil habitantes foi ajustado.
A estimativa é que até 240 mil pessoas sejam beneficiadas com as mudanças apenas em 2025.
A pasta afirma que foram mais de 1,2 milhão de unidades habitacionais, com meta anunciada de 2 milhões até o final de 2026. A expectativa do governo é de que a nova faixa estimule ainda mais o setor imobiliário brasileiro.
A ampliação do MCMV é mais uma medida do governo federal em um momento de queda da popularidade do presidente Lula. Além de ampliar o programa habitacional, o governo liberou o saldo retido do FGTS e lançou novo consignado para trabalhadores CLT. Além disso, existe a expectativa na isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, que entrará em vigor em 2026 se for aprovada no Congresso.
Aprovada pelo Conselho, a faixa 4 vai atender famílias com renda entre R$ 8,6 mil até R$ 12 mil por mês.
A linha estendida do programa prevê a possibilidade de financiamento de até 420 meses, taxa de juros de até 10,50%a.a, abaixo das taxas atuais de mercado (acima de 11,5% ao ano).
Segundo o governo, mais de 120 mil famílias serão beneficiadas pelas mudanças ainda em 2025. A previsão é que a contratação esteja disponível a partir da segunda quinzenal de maio, segundo o ministro Jader Filho.
Para garantir a viabilidade da ampliação da faixa, o Fundo Social do Pré-Sal passará a compor o orçamento das Faixas 1 e 2 do programa habitacional do Ministério das Cidades.
Para este ano, a modalidade vai dispor um volume total de R$ 30 bilhões. Os recursos virão do FGTS, da caderneta de poupança, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Fundo Social do Pré-Sal.
Como a metade dos recursos virá do FGTS, somente será permitido financiar a compra do primeiro imóvel. Será possível financiar até 80% do valor do imóvel.
Outra medida aprovada pelo Conselho foi o reajuste da renda nas outras faixas do Minha Casa, Minha Vida. O aumento foi de R$ 210 na Faixa 1, R$ 300 na Faixa 2 e de R$ 600 na Faixa 3.
A estimativa do governo é que 100 mil famílias serão beneficiadas com a mudança nos limites.
Outra alteração no programa será a ampliação do teto de aquisição de imóveis em municípios de até 100 mil habitantes.
Os novos limites serão de R$ 210 mil a R$ 230 mil – um aumento de 11% a 16% em relação aos valores atuais. A medida busca interiorizar os investimentos do FGTS.
As famílias das faixas 1 e 2 também poderão adquirir imóveis com teto de financiamento da Faixa 3, no valor de R$ 350 mil. O financiamento, porém, terá juros entre 7,66% e 8,16% ao ano, sem acesso a descontos.
Faixas | ||
Áreas urbanas (mensal) | ||
Faixa 1 | até R$ 2.850 | |
Faixa 2 | de R$ 2.850,01 a R$ 4.700,00 | |
Faixa 3 | de R$ 4.700,01 a R$ 8.600,00 | |
Faixa 4 | de R$ 8.600,01 a R$ 12.000,00 |