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Mineradora saudita Ma’aden investirá R$ 8 bilhões no Brasil

Companhia anunciou abertura de escritório em São Paulo durante o Future Minerals Forum, em Riad

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 07h00.

Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 07h51.

Líder global na exportação de petróleo, a Arábia Saudita quer ser protagonista também em mineração. E o Brasil está na rota de investimentos do país. Nesta terça-feira, 14, a mineradora saudita Ma’aden anunciou que abrirá um escritório em São Paulo em 2025 e que investirá R$ 8 bilhões em pesquisa mineral no Brasil.

O anúncio foi feito na abertura da quarta edição do Future Minerals Fórum, em Riad. O evento do governo saudita reúne representantes de 87 países, entre eles o ministro brasileiro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “O investimento será feito em mapeamento geológico e pesquisas minerais em parceria com empresas brasileiras”, disse Silveira. “É parte do plano 2030 de desenvolvimento saudita, com foco na industrialização do país e investimento em energias renováveis”.

O ministro destacou o compromisso saudita na transição de uma matriz energética dependente do petróleo — responsável por 95% da economia local — para fontes renováveis. “Sobrevoei o país e vi grandes parques solares e grandes parques eólicos no meio do deserto. A maior planta de hidrogênio verde do mundo também está aqui”, diz. “Estão aproveitando os recursos do petróleo para fazer a transição energética como ninguém, precisamos admitir isso”.

O Future Minerals Forum é mais um dos eventos criados para colocar a Arábia Saudita no centro dos debates globais focados na economia do futuro. O principal deles é o Future Investment Initiative, criado em 2017 e que se consolidou como a “Davos do Deserto” ao receber líderes globais em Riad. Por trás das iniciativas está o poderoso Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês), com investimentos de US$ 925 bilhões.

“Minerais são essenciais para garantir a transição energética”, disse na abertura do evento Bandar Ibrahim Alkhorayef, o ministro saudita para mineração e indústria.  “A Arábia Saudita está comprometida em encontrar soluções.”

Segundo ele, o mundo precisa de investimentos na casa dos US$ 6 trilhões para garantir a transição energética e a demanda de energia para os próximos anos. Com a demanda crescente por inteligência artificial, o consumo de energia seguirá crescendo exponencialmente.

Nos próximos três dias, 14.000 executivos e representantes de 178 países debaterão as oportunidades desta transição, e o papel da mineração neste processo, em Riad. Para os sauditas, o principal desafio é conseguir replicar na mineração a liderança natural conquistada com o petróleo e com as novas energias.

O país já explora minerais como ouro e fosfato, mas tem um histórico recente na mineração — e, até aqui, não figura entre os líderes globais na atividade. O projeto é se posicionar entre os grandes, com investimento crescente em pesquisa em terras raras e outros minerais essenciais para baterias e componentes eletrônicos de ponta. Dinheiro não há de faltar.

*O jornalista viajou a convite do Future Minerals Forum

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