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Militares treinam incursões de emergência para a Rio 2016

Chamada de Operação Pão de Açúcar, a iniciativa busca reconhecer pontos estratégicos da cidade, ambientar os militares de outros estados e simular abordagens


	Exército: o comandante do 1º Batalhão de Aviação do Exército explicou que os exercícios são feitos anualmente, mas foram transferidos por causa dos jogos
 (Tânia Rêgo / Agência Brasil)

Exército: o comandante do 1º Batalhão de Aviação do Exército explicou que os exercícios são feitos anualmente, mas foram transferidos por causa dos jogos (Tânia Rêgo / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 16h11.

Militares do 1º e do 2º Batalhões de Aviação do Exército e do 1º Batalhão de Forças Especiais fizeram hoje (6) uma demonstração do treinamento que feito há duas semanas na zona oeste do Rio de Janeiro, em que estão foram praticados desembarques de emergência para atuação das forças especiais nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Chamada de Operação Pão de Açúcar, a iniciativa busca reconhecer pontos estratégicos da cidade, ambientar os militares de outros estados e simular abordagens que poderiam ser adotadas caso haja ameaças na cidade.

O comandante do 1º Batalhão de Aviação do Exército, tenente-coronel José Antônio Sadzjian Júnior, explicou que os exercícios são feitos anualmente, mas foram transferidos para o Rio de Janeiro por causa dos jogos.

"Realizamos exercícios que anualmente fazemos de capacitação da tripulação, no ambiente operacional em que vão acontecer os Jogos Olímpicos. Com vistas a uma familiarização de todos os tripulantes", afirmou.

O exercício contou com 14 helicópteros da Aviação do Exército e 160 militares lotados na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, que sedia os batalhões.

Participaram também da operação militares do 1º Batalhão de Forças Especiais, de Goiânia, do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista e da Companhia de Precursores Paraquedistas, que praticaram ações incursão e retirada das tropas.

As abordagens praticadas poderiam ser feitas inclusive em locais de competição dos jogos, como o Parque Olímpico da Barra ou o Estádio do Maracanã, caso fossem detectadas ameaças à segurança das pessoas.

"É justamente essa a finalidade. Estamos treinando a infiltração de tropa em locais não preparados [para pousos e decolagens]. Poderia ser qualquer uma das estruturas estratégicas que comentamos, pontos chaves do Rio de Janeiro, e qualquer local de competição em uma eventual ocorrência que exigisse uma pronta resposta e a colocação de uma tropa em tempo rápido", explicou.

Entre as táticas de infiltração treinadas estão a descida rápida, o rapel, o pouso de assalto e o tiro embarcado. Durante os jogos, 47 helicópteros do Exército estarão no Rio de Janeiro para dar suporte às forças de segurança.

Em questão de poucos minutos, os 12 soldados de cada grupo que demonstrou o treinamento desembarcavam de rapel ou no chão, e se posicionavam ao redor do helicóptero, acompanhados de um cão treinado da raça Belga Mallinois.

Comandante da 1ª Companhia de Forças Especiais, o capitão Guilherme Colombo destacou que a experiência acumulada desde os Jogos Pan-Americanos gerou “uma expertise  consagrada”.

Ele explicou que há uma comunicação constante com órgãos de outros países na avaliação de possíveis ameaças. “Nosso principal objetivo é a prevenção a atentados, mas, caso seja necessário, o gerenciamento da crise”.

Cães treinados

Os cães usados pelas equipes das forças especiais são treinados desde o nascimento e chegam a ter uma carga horária diária de duas a três horas.

De uma linhagem pertencente às Forças Armadas, os animais passam por um processo de seleção que identifica “seu temperamento”, como a aptidão para farejar.

A aposentadoria costuma ocorrer aos 8 anos de idade e, em geral, os cães passam a viver com seu último adestrador.

"Ele agrega à equipe duas habilidades. A capacidade de faro ao explosivo, que possibilita a localização de um eventual artefato que esteja na cena. E também a capacidade de ataque. Ele é utilizado para neutralizar uma eventual ameaça que se encontre lá", conta o capitão Colombo.

Veterinário do Batalhão de Forças Especiais, o tenente Fábio Toledo Ribas disse que os cães passam por inspeções diárias, e têm quantidades e horários de alimentação bem controlados.

Na infiltração de rapel, o cão desce amarrado ao militar que o acompanha e é desamarrado no chão, sem desobedecer ao adestrador: "Para ele isso é uma diversão. Não é nem o trabalho. É gratificante pra ele".

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