Brasil

Militares mortos na Antártida são homenageados no Rio

A chegada dos caixões ao hangar causou comoção aos parentes que viram pela primeira vez os militares mortos

Foto da Marinha chilena mostra a base Comandante Ferraz em chamas
 (AFP)

Foto da Marinha chilena mostra a base Comandante Ferraz em chamas (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 12h16.

Rio de Janeiro – Os dois militares mortos no incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, o ex-suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e ex-sargento Roberto Lopes dos Santos, foram homenageados hoje (28) na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Durante a cerimônia, os dois foram promovidos a segundo-tenente e condecorados com a Ordem do Mérito da Defesa, a Medalha Naval de Serviços Distintos e a Honra ao Mérito, grau de comendador.

A homenagem foi feita em um hangar da base, logo depois da chegada dos corpos, às 8h50 de hoje. A chegada dos caixões ao hangar causou comoção aos parentes que viram pela primeira vez os militares mortos.

Cobertos pela bandeira do Brasil, os caixões logo receberam os retratos dos dois. O comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, destacou o heroísmo dos militares que “ofereceram suas vidas no cumprimento do dever” e lamentou o incêndio ocorrido no último sábado (25) “que reduziu a cinzas uma parcela significativa da pesquisa científica [antártica] brasileira”.

O vice-presidente da República, Michel Temer, salientou que a morte dos militares não foi em vão. “Eles devem servir de exemplo para a família, os filhos, os representantes da Marinha e a sociedade como um todo”. O ministro da Defesa, Celso Amorim, destacou “que a perda é sempre irreparável, mas não será esquecida”. Amorim chamou os dois militares de “heróis que tombaram no cumprimento do dever”.

Muito abalada, a viúva de Carlos Alberto Vieira Figueiredo, Nilza Costa Figueiredo, lembrou que, em seus 26 anos de casamento, só tem boas lembranças. “Foi um marido, filho, homem, companheiro, amigo maravilhoso. Não tenho o que reclamar. Foram uma bênção esses anos todos”, disse.

Geisa Lopes, tia de Roberto Lopes dos Santos, disse que ficou sabendo da morte do sobrinho pela televisão. “Foi uma fatalidade, que aconteceu lá, mas que poderia ter acontecido em qualquer lugar.”

O pesquisador Márcio Tenório, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais, estava há 40 dias na Estação Comandante Ferraz, quando ocorreu o incêndio. Nesse período, conviveu com os dois militares. “A perda da minha pesquisa foi total, mas nada se compara às vidas. Isso aí perto da perda de dois amigos não é nada. Eles eram profissionais excelentes e agregadores”, disse.

Tenório, que compareceu à homenagem aos militares, também lembrou do acidente. “Não corremos nenhum risco, foi tudo feito com muita tranquilidade e profissionalismo. Os pesquisadores, em nenhum momento, correram risco algum”, disse.

Carlos Alberto Vieira Figueiredo nasceu em Vitória da Conquista (BA) em 1964. Ele ingressou na Marinha em 1982 e, nos 30 anos de carreira, serviu em diversas unidades militares, como supervisor eletricista. Já Roberto Lopes dos Santos nasceu em Salvador (BA), em 1966, e ingressou na Força em 1985. Veterano no Programa Antártico Brasileiro, Santos já havia trabalhado em Comandante Ferraz em duas outras ocasiões, em 2001 e 2007.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMarinhaMetrópoles globaisMortesRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022