A dupla Mantega-Tombini não agradou os mercados, diz o Financial Times (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Diogo Max
Publicado em 26 de novembro de 2010 às 11h11.
São Paulo - A indicação de Alexandre Tombini para a Presidência do Banco Central (BC) e a decisão de manter Guido Mantega no ministério da Fazenda fizeram com o que milagre brasileiro perdesse seu brilho. Essa é a opinião do Financial Times, um dos mais importantes jornais de negócios e economia.
O periódico inglês publicou nesta sexta-feira um editorial, em que lembra que a inflação já ultrapassou a meta de 4,5% e que as contas públicas só estão no azul por conta de uma espécie de “contabilidade criativa”.
O Financial Times ainda criticou as medidas para controlar a valorização do dólar, quando o governo decidiu aumentar o imposto sobre as transações financeiras para investidores estrangeiros.
“Mantega prometeu cortes de gastos e Tombini acrescentou que o Banco Central terá plena autonomia. No entanto, os mercados não estão convencidos”, diz o Financial Times, que enxerga uma série de contradições nos “barulhos” da nova equipe econômica.
“Mantega diz que o salário mínimo não vai subir mais do que inflação, mas Dilma Rousseff anunciou que vai”, exemplifica o jornal. “Outra é a freqüência que a equipe econômica, em sua primeira entrevista coletiva, falava a frase marcante: ‘Dilma disse que’”, ironiza o jornal britânico.
O Financial Times lembra que já está na hora de a presidente eleita tomar as rédeas do seu governo. “Dado que a “política de coordenação” é novo mantra do governo dela [Dilma Rousseff], está na hora de Dilma Rousseff começar a coordena, em um modo coordenado”, conclui o jornal.