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Executivo da Odebrecht é preso ao fechar contas na Suíça

Miggliacio também teve sua prisão decretada na Operação Acarajé, nova fase da Operação Lava Jato


	PF em sede da construtora Odebrecht: o Ministério Público Federal informou nesta terça-feira, 23, que Migliaccio está preso na Suíça
 (REUTERS/Rodrigo Paiva)

PF em sede da construtora Odebrecht: o Ministério Público Federal informou nesta terça-feira, 23, que Migliaccio está preso na Suíça (REUTERS/Rodrigo Paiva)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 17h34.

Curitiba e São Paulo - O executivo Fernando Miggliacio, ligado a Odebrecht, foi preso em Genebra tentando encerrar contas bancárias. Segundo investigadores, ele estaria tentando retirar pertences de um cofre de uma instituição financeira daquela cidade suíça.

Miggliacio também teve sua prisão decretada na Operação Acarajé, nova fase da Lava Jato, investigado por suspeita de ser o controlador de empresas offshores relacionadas ao Grupo Odebrecht.

Essas companhias teriam sido usadas para realização de pagamentos de vantagens indevidas e lavagem de dinheiro.

A Suíça abriu procedimento para apurar a ligação de Miggliacio com movimentações do Grupo Odebrecht no país europeu.

O Ministério Público Federal informou nesta terça-feira, 23, que Migliaccio está preso na Suíça, segundo ofício das autoridades locais datado de 18 de fevereiro. A prisão foi executada pela polícia suíça com base em ordem do Ministério Público Federal do país europeu.

"Sabe-se que existe investigação autônoma sobre a Odebrecht naquele país, o que pode indicar a relação da prisão com as investigações do caso Lava Jato; contudo são ignoradas as razões que levaram à sua detenção", destacou o Ministério Público Federal brasileiro.

A prisão de Migliaccio foi decretada na 23ª fase da Lava Jato, em decisão de 11 de fevereiro de 2016. A prisão executada na Suíça não tem relação com o mandado expedido no Brasil, que era desconhecido pelas autoridades estrangeiras.

A investigação de Migliaccio na Lava Jato tem por base evidências de que ele gerencia contas usadas pela Odebrecht no exterior para pagar propinas para autoridades do Brasil e de outros países.

O executivo se inseria, segundo tais provas, no contexto de um grupo de pessoas subordinadas a Marcelo Odebrecht que controlavam contas escondidas no exterior, em nome de empresas offshores, tais como Klienfeld e Constructora del Sur.

Migliaccio detinha endereço de e-mail hospedado na Odebrecht e recebeu, por correio eletrônico, mensagem contendo pagamento aparentemente destinado para autoridade argentina da Secretaria de Transportes, com a qual há notícias de que a empresa mantinha contrato - o que foi confirmado em contato com autoridades argentinas.

Além disso, há provas de que Migliaccio, assim como outro gestor das contas, mudou-se para o exterior logo após as buscas e apreensões feitas sobre a empresa, em 19 de junho de 2015.

Para o MPF, o fato disso ter ocorrido logo após as buscas e o pagamento pela Odebrecht de suas despesas de mudança e manutenção no exterior apontam para a existência de manobras orquestradas por Marcelo Odebrecht e seus funcionários destinadas à evasão e com o objetivo de dificultar ações de investigação das autoridades brasileiras.

A Operação Acarajé deflagrada nesta segunda-feira. O alvo principal da nova etapa da Lava Jato é o publicitário João Santana, marqueteiro da campanha de reeleição do ex-presidente Lula (2006) e das campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014).

Santana e sua mulher, Monica Regina Moura, também alvo da Acarajé, se entregaram à Polícia Federal nesta terça-feira após chegarem de viagem à República Dominicana, onde trabalhavam na campanha de reeleição presidencial.

O juiz Moro decretou a prisão temporária de Santana e da mulher por cinco dias.

Eles supostamente receberam US$ 7,5 milhões do esquema de propinas instalado na Petrobras por serviços prestados ao PT, indicam as investigações.

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