(Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 17 de maio de 2017 às 21h41.
Última atualização em 17 de maio de 2017 às 22h04.
São Paulo - Em nota, o presidente Michel Temer admitiu que se reuniu no início de março com o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, mas negou que tenha autorizado pagamentos em troca do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Segundo informações da coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, Batista teria gravado um diálogo em que o presidente aparece dando aval para o repasse de uma mesada para o ex-deputado e para o operador Lúcio Funaro para que ficassem calados. Diante da informação, o presidente teria respondido: "Tem que manter isso, viu?".
Na nota, o Palácio do Planalto afirma que o presidente "não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".
No início da noite de hoje, o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. Com a notícia da delação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encerrou a sessão da Casa e disse que "não havia mais clima para trabalhar".
Veja a íntegra da nota:
"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.
O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.
O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados."