Trens da Linha Vermelha e da Verde em pátio do Metrô de São Paulo: diariamente, 4,3 milhões de pessoas usam as cinco linhas do metrô de São Paulo (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 12h43.
São Paulo – Metroviários paulistanos recusaram na manhã de hoje (23) a contraproposta da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) para as reivindicações trabalhistas feitas pela categoria. Uma reunião de conciliação está marcada para as 15h no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP). Caso as negociações não avancem, uma nova greve no metrô pode ser deflagrada a partir de 0h de amanhã (24). Os metroviários decidem sobre a paralisação em assembleia marcada para as 18h30 na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários de São Paulo.
No começo do mês, os trabalhadores adiaram por 20 dias o início de uma possível greve depois de reunião no TRT-SP, na qual a companhia se comprometeu a apresentar nova proposta esta semana.
Para o diretor executivo do sindicato, Alex Fernandes, no entanto, a nova proposta não avançou em relação à primeira. “Para nossa surpresa, essa proposta é a mesma feita anteriormente. Nós encerramos a greve de maio com a pendência de que em 120 dias iríamos negociar uma participação nos resultados igualitária e a discussão da jornada de trabalho”, explicou.
Diariamente, 4,3 milhões de pessoas usam as cinco linhas do metrô de São Paulo, que tem 74,2 quilômetros de extensão, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão. Uma das linhas (4 – Amarela), no entanto, é operada por uma concessionária. Em maio deste ano, a interrupção do funcionamento do metrô paulistano provocou tumulto e quebra-quebra na zona leste, a mais populosa da capital. A paralisação provocou congestionamento recorde na cidade.
Os metroviários querem participação igualitária nos lucros e resultados (PLR) para todos os funcionários e ajuste das jornadas de trabalho. A proposta entregue ontem (22) pelo Metrô aponta a antecipação do pagamento da PLR, de 30 de abril para 28 de fevereiro de 2013, o que, segundo a companhia, era uma reivindicação dos trabalhadores.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a forma de distribuição proposta pelo Metrô é composta por uma parcela variável de 40% sobre o salário base e uma parcela fixa de R$ 3.062,21.
O representante dos trabalhadores argumenta que o modelo defendido para PLR pela empresa privilegia cargos de chefia. “O que existe hoje é uma proporção: parcela fixa mais 40% do salário. Isso beneficia os altos salários. Queremos uma participação nos lucros igualitária”, esclarece Alex Fernandes.
Segundo o Metrô, em relação à jornada de trabalho, a proposta anterior foi alterada pela companhia para padronizar as escalas, “respeitando as jornadas vigentes de, no máximo, 36 e 40 horas”, assinala o documento. Os trabalhadores, por sua vez, pedem que todos contratos sejam de 36 horas. “Até assinamos o acordo para meia hora de almoço, desde que o Metrô faça a redução da jornada de todo o quadro”, propõe Alex.