Brasil

Metrô de SP veta anúncio de livro sobre black blocs

A publicidade ficaria em cartazes afixados nos vagões dos trens


	Manifestante do Black Bloc picha metrô: nos protestos de 2013, as estações do Metrô foram alvo de quebra-quebra na região da Avenida Paulista
 (Marcelo Camargo/ABr)

Manifestante do Black Bloc picha metrô: nos protestos de 2013, as estações do Metrô foram alvo de quebra-quebra na região da Avenida Paulista (Marcelo Camargo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 08h54.

São Paulo - O Metrô de São Paulo vetou a publicidade de um livro sobre a tática Black Bloc. A publicidade, paga pela Geração Editorial, responsável pela publicação, ficaria em cartazes afixados nos vagões dos trens.

Um dos autores de "Mascarados - A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc", o jornalista e blogueiro Bruno Paes Manso, afirmou que a leitura a respeito do livro feita pelo Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, é "equivocada".

"O livro não faz apologia dos black blocs. Ele procura mostrar o superdimensionamento dado a esses garotos, desmistificá-los e explicá-los para a sociedade", afirmou Paes Manso.

No auge dos protestos de junho de 2013, estações do Metrô foram alvo de quebra-quebra na região da Avenida Paulista.

A Geração Editorial contrataria 20 sancas, como são chamadas as peças de publicidade, nos vagões das Linhas Vermelha e Verde - o dobro do mínimo exigido pelo Metrô.

Cada uma delas mede 112 centímetros por 30 cm e custa R$ 266. A editora gastaria R$ 5.320 por um mês de exposição.

No dia 19, porém, a Geração recebeu um e-mail do Metrô dizendo que o layout não havia sido aprovado.

A editora respondeu a mensagem e mais tarde recebeu a ligação de um funcionário do Metrô dizendo que não adiantaria mandar outra arte, já que o problema era com o tema do livro.

"Para nossa surpresa, disseram que não veiculariam o anúncio porque ele incitaria a violência. Não vou chamar de censura. Foi um erro de avaliação", disse Luiz Fernando Emediato, diretor da Geração.

Para ele, o livro é apenas uma reportagem sobre o tema em que todos os lados - incluindo a Polícia Militar - são ouvidos. O "excesso de zelo" e a "avaliação equivocada" teriam motivado a decisão do Metrô, disse o editor.

Desacordo

O Metrô informou, por meio de nota, que "reprovou única e exclusivamente o layout da peça publicitária da Geração Editorial por estar em desacordo com o artigo 20 de seu regulamento de mídia (Remídia)".

O texto veta mensagens que "infrinjam a legislação vigente, atentem contra a moral e os bons costumes, tenham temas de cunho religioso ou político-partidário". O regulamento ainda proíbe anúncios "que possam suscitar comportamentos inadequados".

A empresa alegou que "é errado" acusá-la de "censura ou veto ao livro". Segundo a companhia, a avaliação feita pela área de negócios se restringe apenas à peça publicitária.

O texto também informou que "os anunciantes dos espaços publicitários do Metrô têm pleno conhecimento do regulamento".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Anúncios publicitáriosBlack BlocsEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasMetrô de São Paulomobilidade-urbanaPublicidadeTransporte públicotransportes-no-brasil

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU