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Metalúrgicos em frente à Fiesp pedem redução da jornada

São Paulo - Metalúrgicos de São Paulo que estão acampados desde ontem (13) em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, fizeram hoje (14) uma “sardinhada”. Mais de 70 quilos de sardinhas foram assadas e distribuídas para as pessoas que passavam no local. O objetivo do […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 14h15.

São Paulo - Metalúrgicos de São Paulo que estão acampados desde ontem (13) em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, fizeram hoje (14) uma “sardinhada”. Mais de 70 quilos de sardinhas foram assadas e distribuídas para as pessoas que passavam no local. O objetivo do evento era chamar a atenção das pessoas e dos empresários sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários – uma das grandes bandeiras das centrais sindicais.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que o objetivo do acampamento e da “sardinhada” é fazer com que a Fiesp abra negociação com os sindicatos dos trabalhadores para discutir a redução da jornada. A sardinha foi escolhida para fazer um contraponto ao caviar – que, segundo Torres, seria a comida dos empresários.

“A Fiesp, no Congresso Nacional, está jogando muito contra a aprovação da PEC [Proposta de Emenda à Constituição 232/95] falando para os deputados que isso não precisa ser votado e que isso deve ser matéria negociada com empresários”, reclamou Torres. Segundo ele, a pauta de reivindicações entregue pelas centrais sindicais à Fiesp em março deste ano ainda não foi discutida e, por isso, o acampamento em frente à federação deve continuar.

Enquanto muitos comiam, o metalúrgico Aparecido José de Assis continuava preparando as sardinhas em frente à Fiesp. “Compramos as sardinhas, salgamos e a colocamos inteiras [para assar]”, explicou. “Precisamos conseguir as 40 horas para melhorar o emprego”, afirmou.

O metalúrgico Joaquim de França foi um dos que acampou em frente à Fiesp. “A experiência não é boa não. Dormir assim ao relento não foi fácil”, disse, ressaltando que fez isso por causa da “intransigência patronal” e para ajudar a dar mais empregos aos jovens. “Entendemos que, com a redução, vamos criar mais empregos”, afirmou. França não comeu a sardinha. “Não comi porque ela tem muito sal”, riu.

Torres disse também que os sindicatos dos metalúrgicos estão tentando negociar a redução diretamente com os empresários. “Já fizemos mais de 30 acordos esse ano o que beneficiou mais de 10 mil trabalhadores, mas não adianta só os metalúrgicos. Temos que pensar no Brasil como um todo”.

Procurada pela Agência Brasil, a Fiesp alegou que o ato não tinha ligação com a federação e que não se pronunciaria sobre o assunto.

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