Estudo apontou que 50% dos adolescentes de São Paulo ingerem menos nutrientes do que apontado como ideal pela OMS (StockXchng)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2011 às 10h54.
São Paulo – Metade dos adolescentes que moram na capital paulista consome uma quantidade de nutrientes aquém da recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é uma das conclusões de uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
O estudo mapeou os hábitos alimentares de 512 jovens, com idades entre 14 anos e 18 anos, de famílias de diferentes classes sociais e níveis de escolaridade, e mostrou que 50% deles ingerem menos nutrientes do que apontado como ideal pela OMS.
Os resultados da pesquisa foram publicados na tese de mestrado do nutricionista Eliseu Verly Junior. A deficiência no consumo de nutrientes, segundo ele, está divida, basicamente, em dois tipos. Primeiro, no consumo de vitaminas A, C e E, encontradas em alimentos como brócolis, frutas cítricas e óleos vegetais.
De acordo o nutricionista, essa deficiência pode facilitar a ocorrência de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer. O segundo tipo, no consumo de magnésio, fósforo e cálcio. Nutrientes encontrados na carne, leite e vegetais verde escuros. A falta deles, segundo o nutricionista, pode causar doenças ósseas como a osteoporose.
“De forma geral, a deficiência na ingestão desses nutrientes é causada por maus hábitos alimentares”, disse Verly Junior, em entrevista à Agência Brasil. “Os jovens comem menos frutas, verduras e legumes do que deveriam”, completou.
Na avaliação do especialista, além de comerem menos alimentos saudáveis, os adolescentes também consomem mais biscoitos e sanduíches hoje em dia. Por isso, acabam ingerindo mais sódio do que deveriam.
A OMS recomenda o consumo de no máximo 2,3 gramas de sódio por dia. Essa quantidade está contida em 6 gramas de sal de cozinha. Entretanto, 85% dos adolescentes de São Paulo consomem mais do que isso. “O consumo acima do recomendado pode causar hipertensão”, disse.
Para o nutricionista, campanhas de educação alimentar poderiam alterar a situação constatada pela pesquisa. Ele também defende incentivos fiscais para a produção de alimentos saudáveis. Isso poderia barateá-los e tornar seu consumo mais acessível.