A chanceler alemã Angela Merkel no Palácio do Alvorada em 15 de junho (Evaristo Sa/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 07h42.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, defenderam neste domingo o avanço das negociações para que um acordo de livre comércio seja alcançado entre o Mercosul e a União Europeia, durante uma reunião em Brasília.
Merkel fez uma breve visita à capital antes de seguir para Salvador, onde na segunda-feira assistirá à primeira partida da Alemanha na Copa do Mundo, contra Portugal.
"Temos o interesse comum de que os acordos de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia possam ser alcançados e farei o possível para darmos um passo à frente", disse Merkel em declarações à imprensa ao lado da presidente brasileira.
"Reafirmei a determinação do Brasil e do Mercosul em avançarmos nas negociações do acordo de associação comercial com a União Europeia, que nos permitirá ampliar e diversificar as trocas comerciais", afirmou Dilma.
As negociações serão retomadas após anos de paralisação. Agora, dependem de uma troca de ofertas, que está atrasada para ambas as partes. As propostas de lado a lado deveriam ter sido apresentadas, inicialmente, em dezembro do ano passado.
A primeira e a quarta mulheres mais poderosas do mundo, de acordo com a revista Forbes, também falaram sobre defesa da privacidade na internet.
Merkel se disse satisfeita com a aprovação de uma resolução por iniciativa dos dois países na Assembleia-Geral da ONU, depois das denúncias surgidas no ano passado de que as comunicações das duas líderes tinham sido interceptadas por Washington.
"Acredito que esta cooperação pode ser permanente", disse Merkel a respeito.
Dilma vai se reunir na terça com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que também assistirá nesta segunda ao primeiro jogo dos Estados Unidos na Copa, contra Gana.
A presidente brasileira cancelou uma visita de Estado a Washington em outubro após as denúncias de espionagem.
Em 2013, o comércio bilateral entre Alemanha e Brasil chegou a 21,7 bilhões de dólares, fazendo dos alemães os principais sócios comerciais dos brasileiros na Europa, e deixando-os em quarto no mundo, atrás de China, Estados Unidos e Argentina.