Carteira de Trabalho: o crescimento do trabalho com carteira assinada foi outro indicador menos expressivo nesta última pesquisa. (Marcello Casal Jr/ABr)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2013 às 14h31.
Rio de Janeiro - O nível de emprego continuou crescendo segundo dados divulgados hoje (20) pela Pesquisa Mensal do Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mas o mercado de trabalho brasileiro deu sinais de desaceleração. A avaliação é do coordenador de trabalho e renda do IBGE, Cimar Azeredo:
"A maioria dos indicadores apresentam ou estabilidade ou um avanço inferior ao observado nos últimos anos, principalmente na evolução observada de 2011 para 2012", afirmou o coordenador.
A taxa média de desocupação dos primeiros cinco meses de 2013 foi de 5,7%, 0,18 ponto percentual menor que a observada no mesmo período de 2012. Em 2011, a taxa havia ficado em 6,4%, 0,6% maior que a do ano seguinte.
Para Cimar, a redução do ritmo não se deve à dificuldade de se avançar num patamar mais baixo, pois ainda há um número de desempregados expressivos em regiões metropolitanas como São Paulo (649 mil) e Rio de Janeiro (300 mil).
"Parte expressiva desses desempregados são jovens e há espaço sobretudo para programas que possam capacitá-los para o primeiro emprego. No Nordeste, principalmente, temos um cenário econômico que não é tão dinâmico", descreve ele. Lembrou que a taxa de desemprego em Salvador é de 8,4%.
Na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior, foi a primeira vez que a taxa de desemprego nacional ficou estável, com 0% de variação, desde dezembro de 2009. Cimar, no entanto, explica que a representatividade dessa sequência deve ser ponderada por não levar em conta ajustes sazonais. Em maio de 2013, a taxa foi de 5,8%, a mesma de abril de 2013 e de maio de 2012.
O nível de ocupação da população com mais de 10 anos de idade foi outro índice que evoluiu mais lentamente. Em 2010, ano da recuperação depois da crise econômica mundial, a média dos primeiros cinco meses do ano foi 52,7%, que subiu para 53,3% (+0,6 p.p.) em 2011, para 53,7% (+0,4 p.p.) em 2012, e agora para 53,9% (+0,2 p.p).
O crescimento do trabalho com carteira assinada foi outro indicador menos expressivo nesta última pesquisa. Apesar de 205 mil pessoas terem obtido emprego com carteira assinada em maio de 2013, a alta foi de 1,8% sobre 2012. O ano passado cresceu 3,9% sobre 2011, que por sua vez foi 6,7% maior que 2010, ano que apresentou aumento de 7,4%.
Na redução de pessoas empregadas sem carteira assinada a desaceleração foi menor. Em maio, o número absoluto chegou a 2,280 milhões, com queda de 4,9% ante 2012, ano em que os postos desse tipo foram reduzidos em 6%. Em 2011, no entanto, o decréscimo tinha sido de 3% sobre 2010.