O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante: “Fizemos uma escolha. Espero que o Congresso sustente esse escolha. Temos que reduzir o superávit primário e, neste cenário, fazer política anticíclica” (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2014 às 12h43.
Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse hoje (5) que espera a colaboração do Congresso Nacional com o governo, em relação à adoção de políticas anticíclicas (gastos para enfrentar crises econômicas).
“Fizemos uma escolha. Espero que o Congresso sustente esse escolha. Temos que reduzir o superávit primário [economia para pagar os juros da dívida] e, neste cenário, fazer política anticíclica”, defendeu ele durante a abertura do 9° Encontro Nacional da Indústria, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
De acordo com o ministro, é preciso evitar no Brasil a repetição do impasse ocorrido nos Estados Unidos no ano passado, quando a oposição ao presidente Barack Obama não aprovou o Orçamento e os recursos ficaram represados.
“O nosso Congresso acho que tem maturidade. Sabe que precisamos ter política fiscal, precisamos continuar a ter rigor fiscal, isso ajuda a aliviar a política monetária. Mas, para enfrentar esse cenário [de crise], tivemos que manter gastos sociais e desonerar a economia.”
Sobre aperto fiscal, ele disse que não pode haver corte "drástico" .“Cortar, dá para cortar sempre. Corte em gasto público é que nem cortar cabelo: tem que ir, tem que sentar no barbeiro e cortar. O que não dá para fazer é um corte drástico, que imponha uma trajetória recessiva. Temos que manter o emprego e a renda da população.”
O ministro destacou que, entre os membros do G20, grupo das maiores economias do mundo, 17 países têm déficit primário.
“Por quê? Para fazer uma política de recuperação. É o pior crescimento da China em 25 anos. A Europa [está] com 0,8% de crescimento, o Japão, em recessão. [Só] a economia americana começou a melhorar.”
Mercadante se comprometeu também a analisar, com a área econômica do governo, 42 propostas do setor industrial para aumentar a competitividade.
As demandas foram entregues este ano à presidente Dilma Rousseff e a outros candidatos à Presidência da República. “Vai ser uma prioridade permanente olhar essa agenda.”