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Mercadante diz a servidores que é pós-graduado em oposição

“Se, não estou dizendo que será, mas se a presidente for afastada, eu saio com ela imediatamente”, disse o ministro


	Aloizio Mercadante: “Estamos há 13 anos no governo, mas eu tenho pós-doutorado em oposição, eles que se preparem"
 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Aloizio Mercadante: “Estamos há 13 anos no governo, mas eu tenho pós-doutorado em oposição, eles que se preparem" (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 18h24.

Para um auditório lotado de funcionários do Ministério da Educação, o ministro Aloizio Mercadante disse que “hoje é um dia de luto para a democracia”, diante do iminente afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado.

“Se, não estou dizendo que será, mas se a presidente for afastada, eu saio com ela imediatamente”, disse o ministro. “Consultei todos os secretários e todos disseram, saio com você”, acrescentou.

Mercadante pediu que dois secretários e os presidentes das autarquias ligadas ao MEC fiquem mais um pouco nos cargos para dar continuidade aos projetos da pasta.

O ministro se comprometeu a passar as informações necessárias ao eventual novo titular da Educação para que as ações não sejam paralisadas e disse que vai fiscalizar o novo governo.

“Estamos há 13 anos no governo, mas eu tenho pós-doutorado em oposição, eles que se preparem.” Mercadante já foi deputado federal e senador.

Sob aplausos e gritos de “Não vai ter golpe”, o petista chamou o impeachment de golpe por não ter base legal e disse que o processo está sendo articulado desde a posse de Dilma.

Segundo Mercadante, parlamentares que apoiam o impedimento da presidente são contra políticas de inclusão.

“Alguns partidos que hoje querem dar o golpe, na época, eram contra mudanças no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], contra a política de cotas. No mínimo, eles têm que pedir desculpas pelo que fizeram. Se não fossem programas como o ProUni [Programa Universidade para Todos] e o Sisu [Sistema de Seleção Unificada], milhares não chegariam à universidade.”

Em tom de despedida, Mercadante fez um balanço das últimas realizações do ministério, se mostrou bem-humorado e fez até brincadeiras:

“Na época do Mais Médicos, fizeram até caixão para mim, para a Dilma e para o Padilha [Alexandre Padilha, então ministro da Saúde]. Não fizeram para o Paim [José Henrique Paim, secretário-executivo da pasta na época] porque ele é muito pequeno”, brincou. O Mais Médicos foi implantado em meio à polêmica e muita resistência da classe médica.

O ministro também contou a história do pai de um funcionário do MEC, pedreiro que aproveitou a Educação de Jovens e Adultos (EJA) para se qualificar como mestre de obras.

"Vou acompanhar a formação dele. E fale para ele não se impressionar com as notícias, que a gente volta para o MEC”, disse.

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