Vacina: neste ano, no Estado, foram registrados 146 casos de síndrome respiratória grave causada pelo influenza (Leonardo Benassatto/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 10h45.
Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 10h53.
São Paulo - Após a constatação do surto de febre amarela na região sudeste do Brasil e a acirrada corrida por vacinas nos postos de saúde, as autoridades agora temem um novo problema: a morte de um bebê que havia recebido a dose da imunização.
A criança, de 3 anos de idade, faleceu em Osasco, quase uma semana após ser vacinada contra a febre amarela. Segundo a família, o menino teria tomado a vacina no dia 12 de janeiro, pois morava em Carapicuíba, área que está sob recomendação da vacina.
Em dois dias, a criança começou a sentir efeitos colaterais, como febre e mal-estar. Preocupados, os pais levaram-no para o hospital, mas o menino foi liberado. O quadro de saúde da criança se agravou e, na última sexta-feira (19), o bebê sofreu convulsão e parada cardíaca.
O laudo emitido no boletim de ocorrência indicava o motivo do óbito como ''reação adversa à vacina da febre amarela'', segundo os familiares.
O Instituto Médico Legal (IML) deverá emitir uma conclusão nos próximos dias, mas as autoridades já se preocupam com a possibilidade de mais reações à vacina.
A Secretaria Estadual da Saúde, que disse não confirmar casos específicos de mortes pela vacina, divulga semanalmente um boletim epidemológico da febre amarela no Estado.
No último, foram confirmadas três mortes por reação à vacina, todas de adultos com menos de 60 anos. Ainda seis casos de óbito estão sendo investigados.
As reações adversas à vacina (como dores no corpo, dores de cabeça, febre e diarréia) podem afetar de 2% a 5% das pessoas vacinadas nos primeiros dias após a imunização.
Os casos de morte são mais raros, em uma média de um óbito a cada 400 mil doses aplicadas, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Friocruz).
Um balanço feito pelo governo apontou que, desde janeiro de 2017, foram registrados 36 casos de morte por febre amarela silvestre em São Paulo e 81 de contágio da doença. Já no dia 12 de janeiro, eram 21 mortes e 40 pessoas com registro da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o estado de São Paulo como área de risco para a febre amarela, e considerou estender o alerta para outras regiões do país se novos casos aparecerem.