Brasil

Conselho de Ética defende que Cunha faça delação

"Se ele tem algo a revelar, acho bom que o faça. É preciso tirar debaixo do tapete muita coisa que estava escondida", disse o deputado Marcos Rogério

Cunha: Rogério disse não ter dúvidas de que a instrução processual levará Cunha à condenação (Agência Brasil)

Cunha: Rogério disse não ter dúvidas de que a instrução processual levará Cunha à condenação (Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 15h56.

Brasília - Com a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), membros do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados defenderam nesta quarta-feira, 19, que o peemedebista faça delação premiada para ajudar "a passar o país a limpo".

"Se ele tem algo a revelar, acho bom que o faça. É preciso tirar debaixo do tapete muita coisa que estava escondida. Acho que é um bom momento", disse o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que foi relator do processo de cassação de Cunha.

Embora a prisão já fosse esperada há meses entre os ex-colegas de Cunha, o fato do juiz Sérgio Moro decretar sua prisão preventiva surpreendeu o ex-relator.

Para Rogério, Cunha foi preso ou porque continuou cometendo crimes, ou pode ter ameaçado testemunhas, destruído provas ou dificultado o prosseguimento da ação penal.

"A prisão cautelar é sempre uma exceção", ponderou. O deputado lembrou que, durante a fase de presidência da Câmara, Cunha obstruiu o andamento dos trabalhos no Conselho de Ética.

Rogério disse não ter dúvidas de que a instrução processual levará Cunha à condenação e que a punição no Parlamento já aconteceu com a cassação do mandato há um mês. "Agora é o Judiciário quem cumpre o seu papel", afirmou.

Arqui-inimigo político de Cunha, o também conselheiro Júlio Delgado (PSB-MG) disse que a prisão do ex-deputado pode comprometer o grupo político do qual Cunha fazia parte.

"A prisão traz mais receio para quem conviveu com ele", destacou. Delgado defendeu que Cunha colabore com a Justiça e faça a delação não para reduzir sua pena, mas para contribuir com o país. "A delação é uma colaboração que ele dá para a sociedade", pregou.

Já o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), lamentou a prisão, mas disse que o ex-deputado procurou esse destino. "Essa prisão já era esperada", declarou.

Quanto à possibilidade de delação premiada, Araújo sinalizou que também espera a contribuição de Cunha com as investigações. "Ele deve estar com tudo planejado. Vamos ver o que vai acontecer", disse.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo Cunha

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU