Entrada da Boate Kiss após o incêndio: o delegado Sandro Meinerz afirmou que os depoimentos coletados pela polícia já comprovaram que o fogo foi causado por artefato pirotécnico (REUTERS/Edison Vara)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 16h22.
Santa Maria - Os dois proprietários da boate Kiss, que pegou fogo na cidade gaúcha de Santa Maria, matando 231 pessoas, e dois integrantes da banda que fazia o show na madrugada de domingo tiveram prisão temporária decretada e estão detidos para prestar esclarecimentos sobre a tragédia.
Três já haviam sido detidos mais cedo, e a quarta pessoa --um dos empresários-- se apresentou às autoridades na tarde desta segunda-feira. A Polícia Civil decidiu não divulgar os nomes porque considera que a prisão não é para responsabilizar os detidos, mas para auxiliar nas investigações.
A prisão de apenas dois integrantes da banda, originalmente formada por seis integrantes, deve-se a suspeitas de que um deles seria o responsável por lançar o sinalizador, cujas faíscas teriam iniciado o fogo. O grupo Gurizada Fandangueira contava com seis integrantes, um deles morreu na tragédia.
Um dos presos está internado em uma clínica na cidade de Cruz Alta por causa da fumaça. O Ministério Público gaúcho confirmou à Reuters que os detidos seriam integrantes da banda e empresários do estabelecimento. A prisão é por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.
O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Jr., disse que a prisão temporária é indispensável para a investigação criminal.
"A prisão temporária é indispensável à investigação, mas não está revestida de material comprobatório (da responsabilidade dos detidos)", disse.
A maioria das vítimas, jovens universitários, morreu por asfixia devido à fumaça tóxica que tomou conta da boate na madrugada de domingo, quando o fogo consumiu o revestimento acústico que estava no teto da casa.
Segundo o delegado Sandro Meinerz, já há depoimentos suficientes para comprovar que o fogo foi provocado por um artefato pirotécnico.
"Queremos que este seja um inquérito exemplar", disse o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), a jornalistas. "Que traga, se for o caso, modificações legislativas", acrescentou.