Brasil

Mello deixa para Carmen Lúcia pautar ações sobre prisão em 2ª instância

Ministro Marco Aurélio Mello é relator de três ações pedindo a execução de penas só ao fim de todos os recursos judiciais cabíveis

Marco Aurélio Mello: ministro é declaradamente contrário à execução da pena após o fim dos recursos em segunda instância (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Marco Aurélio Mello: ministro é declaradamente contrário à execução da pena após o fim dos recursos em segunda instância (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 24 de abril de 2018 às 18h13.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), recuou de sua intenção anterior e decidiu deixar para a presidente da corte, Cármen Lúcia, incluir na pauta do plenário o julgamento de ações que podem rever o entendimento atual sobre a execução da pena após esgotados os recursos em segunda instância.

Marco Aurélio é relator de três ações --movidas pelo Partido Ecológico Nacional (PEN), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB)-- que tentam garantir que a execução ocorra somente ao fim de todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.

No último lance do caso, na segunda-feira à noite, o ministro do Supremo informou, na ação movida pelo PEN, que havia encerrado o prazo concedido aos novos advogados da legenda para avaliarem o processo.

O partido, primeiro a questionar na corte o entendimento, decidiu dias atrás destituir o defensor original, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e passou a defender o atual entendimento do STF a fim de não beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem a direção diz ser adversária política.

O PEN, conforme relatado em reportagem da Reuters na semana passada, cogitava não se manifestar até quinta-feira passada, prazo dado por Marco Aurélio para suspender uma eventual inclusão na pauta do plenário da ação original. Ao fim, a legenda seguiu essa linha de estratégia e não se manifestou mais.

Contudo, Marco Aurélio decidiu na segunda-feira não levar o processo diretamente para apreciação do plenário --no jargão, em mesa--, o que prescindiria de uma decisão da presidente do STF. Desse modo, caberá a Cármen Lúcia incluir a matéria na pauta.

"Ante o encerramento do prazo de suspensão assinalado e a inércia do requerente (o PEN), incumbe submeter ao plenário a reiteração do pedido de medida acauteladora formulado na ação declaratória de constitucionalidade", afirmou o ministro, em despacho.

Marco Aurélio é declaradamente contrário à execução da pena após o fim dos recursos em segunda instância e está, desde dezembro, com as ações do PEN e da OAB prontas para serem julgadas no mérito. A presidente do Supremo, contudo, tem resistido a pautar as ações em plenário.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaJustiçaPrisõesSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas