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Meirelles já adota tom de candidatura em encontro empresarial no RS

Em sabatina na FederaSul, ministro disse que momento é crucial de decisão do futuro do Brasil e admitiu que considera "seriamente" deixar governo

Mereilles: "Não tomo decisão por impulso", diz ministro durante evento com empresários no Sul (Diego Vara/Reuters)

Mereilles: "Não tomo decisão por impulso", diz ministro durante evento com empresários no Sul (Diego Vara/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2018 às 17h03.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o momento é crucial de decisão do futuro do Brasil. Em evento com empresários em Porto Alegre, ele participou de um espécie de 'talk show' e respondeu a perguntas. A primeira foi se ele deixará a Fazenda para ser candidato. A pergunta foi seguida por aplausos. Como resposta, Meirelles voltou a dizer que tomará sua decisão no início da semana que vem e que está conversando com o presidente Michel Temer sobre essa possibilidade.

O ministro disse novamente que está olhando as pesquisas e ponderou que está havendo uma série de especulações sobre a sua saída do governo. "Não tomo decisão por impulso", disse Meirelles, agradecendo os aplausos que recebeu quando a presidente da FederaSul, Simone Leite, fez a pergunta sobre sua candidatura.

Meirelles afirmou à plateia que conversou com o presidente Temer e disse a ele que está considerando "seriamente" deixar o Ministério da Fazenda.

No 'talk show', o ministro deixou o discurso econômico e já falou em tom de candidato. Ele disse que o Brasil aprendeu e amadureceu com o que chamou de "experimentalismo do passado que não deu certo". "Foi importante passar por esse experimentalismo", disse. Sem citar as eleições de outubro, ele afirmou ter confiança de que o Brasil tomará a melhor decisão.

Meirelles também defendeu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que "a ideia é dar toda a força" ao banco de fomento. "Vamos possibilitar ao BNDES captar livremente no mercado internacional", disse.

O ministro voltou a defender a Reforma da Previdência e, ao ser questionado sobre a necessidade de reformular o pacto federativo para a repartição dos tributos, Meirelles disse que é preciso cortar despesas para reduzir a carga tributária e só depois fazer a discussão da distribuição. "Quem se beneficia da Previdência não são os mais pobres", afirmou. O ministro ressaltou que, mesmo com a carga tributária alta, "a maior entre os emergentes", o Brasil continua com um déficit fiscal muito elevado.

Meirelles ficou em cima do muro quando questionado sobre a privatização do Banrisul para que o Estado do Rio Grande do Sul possa entrar no Regime de Recuperação Fiscal. "O Banrisul é patrimônio do povo gaúcho, mas vamos avaliar o que será necessário para o ajuste das contas do Rio Grande do Sul".

O ministro foi perguntado também se fará privatizações caso seja eleito e ele respondeu: "Já estou fazendo".

Lula

Durante o evento, os empresários foram informados de que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou nesta tarde a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse momento, houve celebração, com muitos aplausos. A presidente da FederaSul, Simone Leite, chegou a chamar de histórica a reação da classe produtiva à Caravana Lula neste fim de semana na Região Sul, com protestos e manifestações. Em São Miguel do Oeste (SC), a caravana foi atacada com pedras e ovos por manifestantes contrários ao petista.

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