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Meirelles: elevação da Selic não deve causar alarido

Meirelles lembrou que o BC observou recentemente riscos não aceitáveis na expansão do crédito e seus efeitos na inflaçã

Meirelles lembrou que durante todos os últimos oito anos o BC entregou a inflação na meta (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Meirelles lembrou que durante todos os últimos oito anos o BC entregou a inflação na meta (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 15h39.

No último discurso como presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles deu um recado: "elevações da taxa Selic não devem ser motivo de alarido". Ao lembrar que a missão da autoridade monetária é zelar pela manutenção da estabilidade econômica, Meirelles disse que a busca pela manutenção da inflação na sua trajetória "é algo permanente e nunca encerrada".

"A necessidade de subir os juros faz parte do trabalho do BC. Não deve ser visto com alarde ou sinal de que algo está errado", disse Meirelles. "O juro sobe e desce segundo os ciclos monetários", completou.

Meirelles lembrou que o BC observou recentemente riscos não aceitáveis na expansão do crédito e seus efeitos na inflação. Diante disso, o governo tomou medidas prudenciais para conter o movimento. Agora, o BC está diante de uma situação que, eventualmente, pode exigir "ações monetárias, se necessário".

Durante o discurso, Meirelles reconheceu que a taxa de juro no Brasil segue em patamar elevado se comparado à média internacional. "Mas devemos lembrar da trajetória cadente da taxa de juro real no Brasil, que caiu de 14% para 6% ao ano". "Isso foi resultado da queda dos prêmios de risco pela maior solidez e maior previsibilidade da economia", disse. "Nada indica que o juro não pode convergir para o patamar da taxa externa", acrescentou.

Meirelles lembrou que durante todos os últimos oito anos o BC entregou a inflação na meta, seja no início - quando a meta foi ajustada para cima - ou nos anos seguintes, quando o centro ficou em 4,50%. "Esse mandato foi integralmente cumprido ao longo desse ciclo". De 2005 a 2010, inclusive, Meirelles afirmou que a inflação média ficou em exatos 4,50% quando retirados os efeitos dos choques de alimentos.

Durante o discurso, Meirelles também afirmou que o Brasil teve o menor custo fiscal para enfrentar a crise de 2008 entre todos os países do G-20 (grupo das principais economias desenvolvidas e emergentes). "E foi a mais curta recessão da história recente e a economia já voltou ao patamar de antes da crise", falou.

"A estabilidade econômica não é um fim em si mesmo, mas é condição essencial para o crescimento econômico", disse Meirelles, ao lembrar que a situação permite alargamento dos prazos para o planejamento das famílias e empresas. Ao comentar que foram "longo oito anos", Meirelles afirmou que "com o coração aberto, valeu a pena". "Minha função como autoridade monetária está cumprida", disse Meirelles.

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