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Medidas macroprudenciais surtem efeito no crédito, diz BC

Prazo médio do crédito pessoal, por exemplo, recuou de quase 5 anos para pouco mais de 3 anos

Tombini, do BC: governo tentar frear juros e inflação com queda do crédito (Valter Campanato/ABr)

Tombini, do BC: governo tentar frear juros e inflação com queda do crédito (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 13h36.

São Paulo - O Banco Central divulgou nesta quinta-feira dados parciais sobre a atividade de crédito no Brasil em janeiro, avaliando que as medidas macroprudenciais adotadas em dezembro estão sendo bem-sucedidas.

"(A) dinâmica recente de prazos, preços e volume de concessões sugerem eficácia das ações macroprudenciais introduzidas no início de dezembro, como elemento de contenção da demanda agregada", segundo trecho de uma apresentação feita pelo BC nesta quinta-feira em Salvador (BA).

Esse movimento se deu por intermédio do canal de crédito e pela redução de incentivos à adoção de estratégias de alargamento dos prazos de contratos.

Em 3 de dezembro, o BC tomou um conjunto de medidas que incluiu a elevação do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo. Segundo os dados apresentados nesta quinta-feira, desde 9 de dezembro tanto o volume de concessões de financiamentos quanto os prazos arrefeceram.

O prazo médio do crédito pessoal, por exemplo, recuou de quase cinco anos para pouco mais de três anos, enquanto o de financiamento diminuiu de quatro para três anos.

"Vemos que as ações macroprudenciais podem potencializar as ações de política monetária", disse o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton.

O Banco Central divulga no próximo dia 24 o relatório fechado sobre as operações de crédito do sistema em janeiro. Em dezembro, o estoque de financiamentos cresceu 1,6 por cento sobre o mês anterior, fechando 2010 com alta de 20,5 por cento.

Atuar sobre o mercado de crédito tem sido uma das estratégias do governo para tentar evitar um aumento mais forte do juro para enfrentar a inflação crescente. O IPCA, que serve de referência para a política monetária, subiu 5,91 por cento em 2010, bem acima dos 4,5 por cento do centro da meta do governo.

Na quarta-feira, o governo anunciou um corte de 50 bilhões de reais no Orçamento da União de 2011, medida que visa também a reduzir a demanda agregada e conter o ritmo de atividade da economia.

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