MICHEL TEMER: segundo reportagem de VEJA, presidente em exercício pediu 10 milhões de reais a Marcelo Odebrecht / Getty Images
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2016 às 06h06.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h23.
Enquanto as atenções se voltam para os recordes que começam a ser batidos nestas Olimpíadas, a vida em Brasília nesta semana será intensa. O presidente interino Michel Temer terá algumas bombas para desarmar. A maior delas veio nas páginas de VEJA, que revelou que, num jantar com Marcelo Odebrecht em março de 2014, na presença de Eliseu Padilha, Temer pediu 10 milhões de reais para as campanhas dele e de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ao governo de São Paulo. A baixíssima adesão de chefes de Estado estrangeiros à abertura dos Jogos Olímpicos e a vaia inevitável das arquibancadas vieram para relembrar que Temer ainda tem um longo caminho pela frente.
Justamente por isso, ele tem pressa. Quer ser confirmado logo no cargo, já que passou a correr contra o tempo. Segundo analistas, esse seria o grande motivo para a tentativa de adiantar a análise do impeachment de Dilma Rousseff no Senado do dia 29 para o dia 25. Na terça, a análise no plenário começa, com a fase de Pronúncia do Réu, na qual o Senado aceita o parecer do relator e se Dilma será julgada pelo plenário.
A semana também terá outras discussões e votações importantes. Enfim, o projeto que renegociou a dívida dos estados com a União deve ser votado, depois de o governo ceder em vários pontos que causam impacto negativo às finanças do país. Novas modificações podem acontecer, já que os estados ainda não estão satisfeitos com o controle de gastos sobre o pessoal.
Os trabalhos em Brasília devem ir até a quarta-feira por causa das eleições de outubro e das Olimpíadas. Outra possível votação é a do projeto que retira a obrigatoriedade da Petrobras como operadora única de blocos do pré-sal, que é visto como importante para estimular investimentos na área no Brasil, já que estimularia petroleiras de fora a explorar os campos. Até o final da semana, já deveremos ter uma reposta mais premente: se os quatro bilhões que o governo investiu na formação e preparação de atletas para os Jogos se converteram em medalhas.