Sala de aula: mais de 1,5 milhão de adolescentes em idade de cursar o ensino médio estão fora da escola (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2013 às 09h28.
São Paulo - O Ministério da Educação (MEC) lança nesta quarta-feira, 20, um programa de bolsas de formação para professores do ensino médio com o objetivo de melhorar essa fase do ensino.
Seguindo o modelo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), o projeto vai dar bolsas também aos orientadores das escolas, coordenadores regionais e das secretarias de Educação e docentes das universidades - responsáveis pela formação de profissionais. Também haverá desenvolvimento de material específico.
A projeto é uma ação do MEC com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que discutem a reforma da etapa desde o ano passado. Hoje, 86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais.
A pasta já anunciou criação de 30 mil bolsas para alunos do ensino médio que queiram ser professores de matemática, física, química e biologia. O MEC e o Consed também articulam a mudança da base curricular para áreas (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), como é o Enem.
Os detalhes sobre o número de bolsas e orçamento serão apresentados hoje em Brasília. No Pnaic, cuja meta é alfabetizar as crianças até os 8 anos, a previsão é gastar R$ 2,7 bilhões até o ano que vem. Professores alfabetizadores recebem bolsas de R$ 200, mas os pagamentos aumentam dependendo da função. O País tem 8 milhões de alunos na fase de alfabetização.
Já no ensino médio, são cerca de 5,5 milhões matrículas - o que representa 52% dos jovens entre 15 a 17 anos. Outros 25% dos adolescentes nessa faixa etária estão atrasados.
Mais de 1,5 milhão de adolescentes dessa idade estão fora da escola. Além disso, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio estagnou em 2011 - nos anos iniciais, o indicador mostrou crescimento.
Para a diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação é necessária, mas uma reforma é essencial. "O modelo de 13 disciplinas, igual para todos, está comprovadamente equivocado. Não responde ao mundo atual e ao jovem", diz ela, que participou dos debates na Câmara dos Deputados sobre alteração da organização dos currículos do ensino médio.
Além de indicar novo desenho da grade, o relatório preliminar aponta para criação de escolas vocacionadas para determinadas áreas e ênfase na formação profissional.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.