Escola militar: até o final da operação, a meta é atender 108 mil alunos. (Dênio Simões/Agência Brasília/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 11 de julho de 2019 às 12h37.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 12h55.
São Paulo — O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quinta-feira (11) que pretende construir 108 escolas de educação básica cívico-militares no Brasil até 2023.
A expectativa, segunda a pasta, é levantar 27 escolas por ano, uma em cada estado do país. Até o final da operação, a meta é atender 108 mil alunos.
As escolas cívico-militares são instituições não militarizadas, mas com uma equipe de militares da reserva no papel de tutores.
O presidente Jair Bolsonaro defende o modelo e prometia em seu plano de governo que em dois anos haveria “um colégio militar em todas as capitais de Estado”.
Já há atualmente 203 escolas do tipo em 23 estados e no Distrito Federal, segundo dados do MEC repassados ao Globo.
O plano foi anunciado em encontro do ministro Abraham Weintraub com membros do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Durante a cerimônia, foi assinado uma carta com uma série de compromissos que tem como objetivo impulsionar a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio e a educação para jovens e adultos até 2030.
A meta do MEC é aumentar a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo o MEC, enquanto a média do Ideb em colégios civis é 4,94, nos militares, menos numerosos, é de 6,99.
“Os pressupostos é que [a instalação das escolas] se dê em locais carentes, como foi o ensino médio em tempo integral. Se não se coloca em locais que sejam carentes, estará aumentando ainda mais a diferença de conhecimento dessa população”, afirmou o secretário de Educação Básica do MEC, Jânio Carlos Endo Macedo.
Ao todo, o governo pretende investir R$ 40 milhões por ano. Além das escolas cívico-militares, o MEC também prevê concluir obras de mais de quatro mil creches até 2022, por meio do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância).
Também há novas metas para professores da educação básica. No ano que vem, serão estabelecidas trilhas de formação para os docentes por meio de cursos de ensino a distância, com investimento em materiais de apoio e disponibilização de recursos.
Outra medida proposta pela pasta é impulsionar o ensino técnico profissionalizante no ensino médio. De acordo com o compromisso, os alunos deverão cumprir 1,2 mil horas por ano de itinerários formativos, ou seja, no seu campo de interesse.
"O aluno continua a estudar a matriz obrigatória da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No contraturno, atuará em uma das seguintes áreas pela qual tiver maior interesse: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e sociais, formação técnica e profissional", explica o texto do ministério.
Até a aplicação final do modelo, a expectativa é que 17 mil escolas façam a adaptação. Em 2020, está previsto um programa piloto em 3,5 mil dessas instituições.
Já em relação ao ensino fundamental, o MEC vai revitalizar o programa Novo Mais Educação. As escolas que aderirem à iniciativa terão o mínimo de 5 horas de aula por dia. No integral, a ideia é colocar 35 horas a mais por semana. O intuito é diminuir a evasão e melhorar indicadores educacionais.
O MEC firmou o compromisso de conectar, por meio do programa Inovação Educação Conectada, 6,5 mil escolas rurais por satélite em banda larga. A iniciativa é para colégios com mais de 200 alunos.
Segundo a pasta, já foram conectados, até o momento, 4,6 mil instituições de ensino. Serão investidos R$ 120 milhões até o fim deste ano. Aproximadamente 1,7 milhão de estudantes serão beneficiados.