Mauro Carlesse, governador do Tocantins (Facebook/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de junho de 2018 às 19h33.
Palmas - Com quase 90% das urnas apuradas, o presidente da Assembleia Legislativa e governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS), venceu o segundo turno da eleição suplementar, com 318.330 votos válidos. O senador Vicentinho Alves (PR) ficou com 105.048 votos.
No primeiro turno, os dois primeiros candidatos somaram 302 mil votos e a abstenção superou 305 mil. No segundo turno, realizado neste domingo, 24, a abstenção chegou a 311.124; brancos e nulos, ainda não fechados, devem superar 150 mil votos.
O novo governador fica no cargo até 31 de dezembro deste ano, quando assumirá o mandatário a ser escolhido nas eleições de outubro.
A eleição suplementar no Tocantins foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois que a corte cassou o mandato do governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice Claudia Lelis (PV), por uso de caixa dois no pleito de 2014. De acordo com a minirreforma eleitoral de 2015, no impedimento de titular e vice do Executivo estadual ou municipal, até seis meses antes do término do mandato, é realizada nova eleição direta.
Já por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de março deste ano, cabe ao TSE determinar novas eleições, mesmo antes de esgotados todos os recursos. Anteriormente, o governador ou prefeito cassado podia permanecer no cargo, até o trânsito em julgado de todo o processo.
No caso de Miranda, a cassação, com efeito imediato, ocorreu em 22 de março. Em 6 de abril, ele voltou ao governo, amparado por liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Menos de duas semanas depois, em 19 de abril, teve de deixar o cargo novamente, quando o TSE rejeitou os embargos de declaração interpostos por sua defesa. Miranda recorreu outra vez ao STF e, em 16 de maio, Gilmar Mendes negou a liminar, mantendo a cassação.
O ex-governador já havia sido cassado em 2009, por abuso de poder econômico e político na eleição de 2006. Em 2010, candidatou-se ao Senado. Eleito, não pôde tomar posse, por estar inelegível. Na época, assumiu o mandato de senador Vicentinho Alves (PR), que, agora, concorreu ao mandato tampão de governador do Tocantins.