Marta: "Preciso ser muito cuidadosa, porque senão corro o risco de acordar num palanque de mãos dadas com Kassab" (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2012 às 19h01.
Brasília - A senadora Marta Suplicy (PT-SP), que assumirá a pasta da Cultura na quinta-feira, acredita que a candidatura petista à prefeitura de São Paulo será impulsionada por sua participação, aliada ao apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Marta desejava concorrer à prefeitura em outubro, mas um movimento liderado pelo próprio Lula evitou a realização de prévias e resultou na escolha de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, para encabeçar a chapa petista.
A senadora admitiu ter ficado "triste" ao ser preterida em relação a Haddad, mas afirmou ter deixado claro que entraria na campanha quando sentisse que deveria.
"Eu sempre falei, na hora que eu achar que eu devo, eu vou entrar", disse a jornalistas, com a expectativa que o trio formado por Lula, Dilma e a própria senadora possa angariar votos para o candidato petista.
"Quando juntar o trio, aí vai fazer uma diferença", disse. "O Lula é um Deus, a Dilma é a presidente bem avaliada e eu sou a pessoa que fez", disse Marta.
A petista foi prefeita de São Paulo entre 2001 e 2004 e candidata à reeleição em 2004, mas perdeu para José Serra (PSDB-SP). Em 2008, voltou a disputar o cargo, quando foi derrotada pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Na terça-feira, logo após o anúncio de seu nome para assumir a pasta da Cultura, Marta negou que a escolha tivesse alguma relação com seu envolvimento recente na campanha de Haddad.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, o candidato petista está em terceiro lugar na disputa pelo comando da capital paulista, em empate técnico com o segundo colocado José Serra (PSDB) e 15 pontos atrás de Celso Russomanno, que lidera.
Marta tomará posse como ministra na quinta-feira pela manhã, no lugar de Ana de Hollanda, que deixa o ministério sob críticas de setores do meio artístico.
A nova ministra disse estar "animada" com o "desafio" e acredita enfrentar menos resistência por não ser vinculada a nenhum grupo específico da área.