Depoimento: “o comparecimento acarreta uma série de exposições às quais ela e o filho não estão obrigados a se submeter", disse Zanin Martins (Instituto Lula)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 12h11.
São Paulo - O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, disse hoje (16), em entrevista coletiva na capital paulista, que o não comparecimento da esposa e do filho de Lula – Marisa Letícia Lula da Silva e Fábio Luís Lula da Silva – ao depoimento agendado pela Polícia Federal de Curitiba foi apenas o exercício de um direito previsto na Constituição.
O depoimento estava marcado para as 10 horas de hoje na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e faz parte da Operação Lava-Jato.
Na ocasião seria abordada a questão das benfeitorias feitas em um sítio na cidade de Atibaia, cuja propriedade é atribuída a Lula. Segundo o inquérito, as reformas teriam sido feitas com recursos desviados da Petrobras.
“O depoimento não tem sentido já que em março deste ano os proprietários João Suassuna e Fernando Bittar mostraram documentos que provam que eles são os donos do sítio e que a propriedade foi adquirida com recursos lícitos e próprios. Mostraram imposto de renda, comprovantes de despesas do sítio e de pedágio para comprovar a frequência de ida ao local. São provas documentais que não deixam dúvidas a quem pertence o sítio”, afirmou.
De acordo com o advogado, diante dessas provas não há razão jurídica para que o inquérito continue em curso nem para que Marisa Letícia e Fábio Luís compareçam ao depoimento somente por serem familiares de Lula.
“Assim, comunicamos à Polícia Federal que eles iriam exercer o direito de não prestar depoimento em circunstância como essa em que há inquérito em que o marido e pai são investigados. O objeto da investigação já está devidamente elucidado e não há como se levantar qualquer dúvida a respeito da propriedade do sítio”.
Ainda segundo o advogado do ex-presidente Lula, José Roberto Batochio, o não comparecimento ao depoimento é legítimo, não é desrespeito, desobediência ou afronta, já que é exercício regular do direito assegurado.
“O comparecimento acarreta uma série de exposições às quais ela e o filho não estão obrigados a se submeter", disse Zanin Martins.