Marina Silva: ela voltou a encontrar Eduardo Campos após ele se despedir de Beto Richa (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 17h45.
Londrina - A pré-candidata à vice-Presidência da República, Marina Silva (PSB), evitou nesta segunda-feira, 16, participar de um encontro que seu companheiro de chapa, Eduardo Campos (PSB), teve com o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em Londrina.
No Paraná, Marina Silva apoia os candidatos do Partido Verde ao governo estadual e Câmara Federal, enquanto o PSB confirmou apoio à reeleição do governador Beto Richa.
Eduardo Campos e Marina Silva chegaram juntos a Londrina, onde visitaram, no início da manhã, diversos órgãos de imprensa.
No entanto, quando o pré-candidato à Presidência do PSB partiu para um encontro de quase duas horas com Beto Richa, ela tomou outro rumo - foi visitar o Jardim Botânico de Londrina, acompanhada de 'marineiros' locais e de pré-candidatos do PV.
O desvio de Marina foi decidido de última hora e ela voltou a encontrar Campos após ele se despedir do governador.
Os aliados de Marina no Paraná são oposição ao governo tucano alegando que não há compromisso com a agenda ambiental.
No encontro, o ex-governador de Pernambuco e o governador do Paraná fizeram ampla troca de elogios.
"Aqui no Paraná, o PSB tem uma parceria com o governador Beto Richa que tem êxito e que vai prosseguir. E nós temos na nossa base de sustentação ao projeto nacional, meu e da Marina, partidos que não estão no palanque estadual, e nós respeitamos. A própria REDE tem caminho próprio aqui", apontou Eduardo Campos.
Beto Richa agradeceu ao PSB e se disse 'honrado' pelo apoio de Eduardo Campos e de Aécio Neves (PSDB) à sua reeleição.
O governador do Paraná chegou a dizer que a administração de Campos em Pernambuco serve de "exemplo" para outros estados.
"Raposas"
Apesar da afinação no Paraná, o pré-candidato do PSB fez críticas ao PSDB em nível nacional.
Ele condenou a "polarização" entre PT e PSDB e disse que os dois partidos governaram com as "raposas que devem ser tiradas da cena política".
"É mudar o jeito de governar, não só mudar o governo, é colocar na oposição aqueles que cercam todos os governos que vão a Brasília. Não vamos governar o Brasil com Collor, com Sarney", disse.
Mais cedo, Marina Silva havia acrescentado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), entre os políticos que devem ser tirados do governo.
Eduardo Campos também voltou a mirar no governo Dilma, que acusou de ter "piorado o país".
Segundo ele, o Brasil tem o menor crescimento da história republicana, está trazendo de volta a inflação e apresenta fracos resultados em saúde, educação, segurança e mobilidade urbana.
"Se fizermos as contas, vamos ver que tem gente nos grandes centros que passa um mês e meio (por ano) em trens, metrôs e ônibus para ir ao trabalho. A mobilidade está um horror", disse.
Após a visita a Londrina, Eduardo Campos e Marina Silva partiram juntos para Maringá, onde cumpriram agenda com lideranças empresariais.
A visita a Ponta Grossa, no final da tarde, foi cancelada porque não houve liberação de pouso no campo de aviação.