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Marina Silva diz ser contra a privatização da Petrobras, BB e Eletrobras

Segundo a candidata ao Planalto, os processos de privatizações "não podem ser feitos de qualquer jeito"

Marina: a ex-ministra do Meio Ambiente criticou a forma como o governo federal propôs a desestatização da Eletrobras (Marina Silva/Divulgação)

Marina: a ex-ministra do Meio Ambiente criticou a forma como o governo federal propôs a desestatização da Eletrobras (Marina Silva/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2018 às 11h50.

Última atualização em 12 de abril de 2018 às 11h52.

São Paulo - A pré-candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva, declarou nesta quarta-feira, 11, ser contrária à privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica.

A ex-ministra do Meio Ambiente criticou a forma como o governo federal propôs a desestatização da Eletrobras, que tramita hoje na Câmara dos Deputados. O discurso se contrapõe ao do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que já defendeu a desestatização da Petrobras.

"Não tenho uma posição contrária às privatizações, só não pode ser feita de qualquer jeito. E sou contra a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica", afirmou, nesta quarta, em entrevista à Rádio Eldorado, que vai ao ar na próxima segunda-feira, 15.

Para a ex-ministra do Meio Ambiente, é um problema se discutir a desestatização da Eletrobras, sem debater antes formas de energia limpa.

"O governo apresentou um projeto de privatização sem antes ter um plano de geração de energia para os próximos 10, 20 anos no Brasil. Se o governo disser que vai continuar fazendo grandes barragens como Belo Monte, temos um problema", disse.

Pela terceira vez disputando a Presidência, Marina apresentará, pela primeira vez, um programa de seu partido. Nas eleições anteriores, se lançou pelo PV e pelo PSB.

Neste ano, Marina adota um discurso mais social e deixa para trás ao menos parte dos elementos neoliberais de seu programa de 2014, como a independência do Banco Central (herdada da coligação com PSB).

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a presidenciável também defendeu a institucionalização de políticas econômicas e sociais e "tratar as conquistas não como partidárias".

"Recuperar o tripé macroeconômico do Plano Real para que esse País possa ter estabilidade econômica. Tornar as políticas sociais, de transferência de renda em direitos, para que as pessoas não se sintam devendo favor a ninguém", explicou.

Tese

A ideia é apresentada também na tese de conjuntura apresentada pela Rede no último domingo. O documento de sete páginas é uma prévia do tom que a candidata deve seguir nesta disputa.

Intitulado "Eleições limpas e democráticas para refundar a democracia", o documento diz que o objetivo da sigla será "mudar o sistema político e fazer a transição para um modelo de desenvolvimento fundado na justiça social". Mais à frente, afirma que justiça social seria "ir além de prover meios de subsistência imediata aos mais pobres".

Esse processo de tornar políticas institucionais, para distanciá-las de governos, é chamado de política social de 3.ª geração pela Rede: "Revolução do conhecimento e das novas tecnologias, com políticas sociais voltadas para a integração produtiva, cultural e cidadã das pessoas".

O texto da Rede defende ainda uma "nova economia" centrada na "promoção de produtividade e distribuição de renda, definitivamente comprometida com os princípios socioambientais".

O coordenador de programa de Marina, João Capobianco, deve apresentar no fim do mês uma prévia do plano de governo, com diretrizes mais formadas. Com 22 milhões de votos nas eleições de 2014, esta deve ser a última disputa da presidenciável da Rede. Nas disputas anteriores, 2010 e 2014, Marina ficou em terceiro lugar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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